RMC se destaca na geração de empregos no Estado de São Paulo
Mas estudo do Observatório PUC faz alerta sobre alto percentual de vagas informais
No mês de abril foram observados 5.344 novos contratos de trabalho na RMC (Região Metropolitana de Campinas) segundo dados divulgados pelo Novo Caged (Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Com esse desempenho, superior ao verificado em março, a região acumula 22.105 nos contratos nestes quatro meses de 2022. Esse comportamento positivo do emprego na RMC representou 9,9% do fluxo de empregos gerado em São Paulo. No acumulado, 10,1% do emprego gerado em São Paulo foi na região.
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A Profa. Dra. Eliane Navarro Rosandiski, coordenadora dos estudos do Observatório PUC-Campinas sobre empregos, destaca o protagonismo da RMC no Estado de São Paulo. “Chama atenção o dinamismo da geração de emprego na RMC comparativamente à participação histórica no emprego gerado em São Paulo. A região concentra cerca de 7,5% do estoque de emprego paulista, mas vem sendo responsável por cerca de 10% do fluxo (saldo de emprego). As atividades de serviços de informação e comunicação tem sido um diferencial importante na demanda por trabalho”, diz.
Mas alerta que esse processo de recomposição do mercado de trabalho vem ocorrendo em ocupações informais. Como resultado, estima-se uma informalidade em torno de 37% e uma queda da renumeração dos ocupados. “Esse padrão de recuperação, que reflete as incertezas provocadas pelo efeito negativo da inflação no poder de compra das remunerações, aponta para uma inevitável perda de potência da demanda interna como fator virtuoso de crescimento”, afirma.
Segmentações
Por município, Campinas com 1.282, Sumaré com 533 e Hortolândia com 407 novos contratos lideram a criação de postos de trabalho na RMC. Também Americana e Santa Bárbara D´Oeste se destacam com 323 e 305 novos contratos, respectivamente.
A contratação de mulheres representou 46% do saldo de empregos. Por faixas de escolaridade, seguindo a tendência, observa-se que 69% do saldo de contratos foram preenchidos por profissionais com médio completo e apenas 10% com superior completo.
Por faixa etária os jovens de 18 a 24 anos tiveram participação relativa 59% no saldo dos contratos gerados em abril. Em contrapartida registrou-se a ampliação das faixas de 30 a 49 anos, juntas ocuparam 19% dos novos contratos. A despeito do saldo positivo, foi registrado saldo negativo de 214 contratos nas faixas acima de 50 anos
Por setor de atividade, o maior destaque na geração de vagas foi o comércio, com cerca de 22% dos novos contratos. O segmento de alojamento e alimentação gerou 11% das vagas de trabalho. As atividades industriais, com 969 contratos de trabalho, geraram 18% dos contratos.
Os segmentos de serviços de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (17%) e dos serviços de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (11%) juntos geraram 40% do saldo de abril.
Apesar da recuperação, o desemprego ainda atinge 11,3 milhões de brasileiros. Por fim, os efeitos da crise mundial provocada pelo quadro de sanções econômicas decorrente do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, fragilizam as cadeias globais de produção e colocam desafios na economia brasileira para importação de trigo, fertilizantes, petróleo.