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Projeto de inclusão de deficientes visuais na natação é lançado oficialmente na PUC-Campinas

Evento, que contou com a presença de várias instituições, oficializou parceria que utilizará piscina da Universidade para o treinamento de 50 pessoas de entidades parceiras do projeto “Esporte em Rede”

A PUC-Campinas realizou na manhã desta terça-feira (28) o evento de lançamento do projeto “Esporte em Rede”, que vai trazer benefícios para deficientes visuais por meio da natação e suporte também em outras áreas. A parceria une a Universidade, o Centro Cultural Louis Braille, o Instituto Campineiro dos Cegos Trabalhadores, a Associação Paraolímpica de Campinas e a Fundação FEAC. Por meio do projeto, pessoas vinculadas às entidades parceiras poderão utilizar a estrutura da PUC-Campinas para os treinamentos.

Participaram do evento o Reitor da PUC-Campinas, Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior, o presidente do Centro Cultural Louis Braille, Eduardo Francisco Jakubowski, a líder do programa Mobilização Para Autonomia da FEAC, Viviane de Faria Machado, o vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Yohansson Nascimento, o secretário de Esportes de Campinas, representando o prefeito Dário Saadi, Fernando Vanin, a Diretora da Faculdade de Educação Física, Profa. Dra. Giovanna Saroa, além de autoridades, representantes das entidades participantes, Pró-Reitores, Decanos e professores. Também marcaram presença pessoas assistidas pelas entidades participantes do projeto.

A parceria foi celebrada pelo Reitor, já que a medida está alinhada com os valores e a missão da Universidade. “Esse projeto tem uma importância não só para a Educação Física, mas para a Universidade como um todo, porque ele vem na direção da realização da nossa missão. É um projeto que abre as portas da Universidade, em particular, da infraestrutura da Educação Física, para preparar jovens com deficiência, visando o esporte de alto rendimento e também o esporte enquanto uma atividade que ajuda as pessoas a se superarem a cada dia”, comentou o Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior.

Para o presidente do Centro Cultural Louis Braille, trata-se de um importante passo pela inclusão. “O projeto começa no esporte, mas ele é multidisciplinar. Ele agrega a inclusão em todas as atividades da vida. E a parte esportiva é muito importante. Então a FEAC, que agrega todas as entidades, está nos ajudando a fazer esse projeto junto com as entidades e a PUC-Campinas, que nos dá a oportunidade de usar o parque aquático, que é onde as pessoas serão treinadas. A longo prazo, nossa intenção é ter futuros atletas, que podem até disputar competições olímpicas”, explica Eduardo Francisco Jakubowski.

“É um trabalho multidisciplinar, com atendimento na área de esporte, psicologia, assistência social, treinamento de orientação e mobilidade. Então, além do aluno ter o desenvolvimento técnico, nós temos uma preocupação com a melhora da capacidade de ele se deslocar utilizando a bengala, o que vai trazer uma melhora da qualidade de vida e um domínio de novos territórios sociais de maneira mais abrangente”, reforça Luiz Marcelo Ribeiro da Luz, consultor do “Esporte em Rede”.

Podem fazer parte do “Esporte em Rede” pessoas com deficiência visual que tenham mais de 8 anos de idade e morem em Campinas, se estendendo a jovens, adultos e idosos. Na maior parte, o grupo é composto por pessoas em situação de vulnerabilidade. A meta é que 50 deficientes visuais tenham a possibilidade de participar do projeto, com o objetivo de despertar em cada uma das pessoas atendidas o interesse pelo esporte aquático, garantindo ainda mais qualidade de vida aos praticantes.

“A gente entende que o esporte é uma ferramenta potente, que vai trabalhar a autonomia, vai ampliar a socialização deles, de conviver também com quem não tem deficiência, que é um convivo importante. Então, o projeto trabalha diversas faixas etárias, desde pessoas que não tinham afinidade com o esporte aquático até aqueles que gostariam de ir para o alto rendimento. Nós estamos tentando contemplar todos os cenários e beneficiar com qualidade de vida e autonomia todas as pessoas”, explica Viviane de Faria Machado, da FEAC.

Para a Profa. Dra. Giovanna Saroa, Diretora da Faculdade de Educação Física, é mais uma parceria que caminha na esteira da missão e dos valores da Universidade. “Com essa iniciativa, a Universidade dá mais um passo na construção de uma sociedade justa e solidária, atendendo ao chamado de parcela da população com deficiência através de um projeto que visa melhorar a qualidade de vida e oportunizar visibilidade para quem luta todos os dias para ser reconhecido na escola, no lazer e no trabalho”, completa.

“Esse projeto vai abrir portas, trazer transformação, qualidade de vida e inclusão. É importante ter isso como base para tirar pessoas do seu mundo escuro e trazê-las para luz”

Ademir Batista de Souza, presidente da Adeacamp

As aulas serão realizadas na Faculdade de Educação Física, de segunda a sexta-feira, com orientação de profissionais especializados e capacitados. Para quem tiver interesse em participar do projeto, é possível entrar em contato com o a coordenação do projeto pelos telefones: (19) 3252.6265 / 99808.6230, ou pelo e-mail: esporteemrede.pedagogico@gmail.com.

Sobre os parceiros envolvidos no projeto

Instituto Louis Braille – O Centro Cultural Louis Braille de Campinas se dedica a desenvolver e incluir a pessoa com deficiência visual no meio social, oferecendo serviços e atividades educacionais, culturais, sociais e de bem-estar físico e psicológico.

Fundação FEAC – A Fundação FEAC é uma organização independente que atua em Campinas (SP) com o objetivo de contribuir para criação de uma sociedade mais justa, sustentável e com igualdade de oportunidades. Para isso, investe em ações de educação, assistência social e promoção humana com foco nas regiões e nas populações mais vulneráveis, especialmente crianças e jovens, e no impulsionamento de organizações da sociedade civil, empresas e pessoas para as causas sociais.

Associação Paraolímpica de Campinas (APC) – Entidade não governamental de Campinas, que busca através do fomento e desenvolvimento de atividades esportivas, contribuir para a formação global de pessoas com deficiência na perspectiva da inclusão social desde 2007.

Instituto Campineiro dos Cegos Trabalhadores – Organização da Sociedade Civil (O SC), fundada em 1933, que até hoje atende gratuitamente pessoas com deficiência visual no município de Campinas.



Carlos Giacomeli
28 de fevereiro de 2023