PUC-Campinas realiza Colóquio Internacional com debate sobre a história do Catolicismo no Brasil
Semana tem programação com palestras e mesas de debate com especialistas brasileiros e internacionais
A PUC-Campinas realiza, na semana de 8 a 12 de maio, um colóquio internacional para discutir a história do catolicismo no Brasil, com foco nas múltiplas faces do viés intransigente e na polarização. A programação trouxe para a Escola de Ciências Humanas, Jurídicas e Sociais da Universidade especialistas brasileiros e também de outros países, como Canadá, França e Argentina, para mesas de conversa, debates e palestras sobre o tema: “A história do catolicismo no Brasil: debatendo as múltiplas faces do intransigentismo (séculos XIX-XXI)”. A organização do evento é da Profa. Dra. Ana Rosa Coclet da Silva, da PUC-Campinas, do Prof. Dr. Philippe Roy-Lysencourt, da Université Laval, no Canadá, e do Prof. Dr. Rodrigo Coppe Caldeira, da PUC Minas.
O evento vem sendo organizado há pelo menos oito meses. “A importância do Colóquio é que, primeiramente, ele vai ao encontro de uma das metas da pós-graduação, que é a internacionalização da pesquisa no país. E o segundo ponto é que se trata de um tema que nos é muito importante: falar sobre as várias tendências do catolicismo, especificamente hoje, sobre suas facetas mais conservadoras e intransigentes. Como é que esses movimentos se colocam na cena pública e pensar numa perspectiva histórica”, comenta a professora Ana Rosa Coclet da Silva.
O catolicismo intransigente no Brasil desenvolveu-se no decorrer do século XIX e ainda permanece presente em múltiplas de suas ressonâncias. Embora este tenha se tornado objeto de alguns estudos desenvolvidos nos últimos cinquenta anos, essencialmente na França e na Itália, trata-se de um ponto ainda frágil da historiografia religiosa contemporânea. Assim, para além de alguns trabalhos cronológica e geograficamente circunscritos, nenhuma síntese global foi produzida sobre este tema até o momento.
“A importância de estudar o catolicismo intransigente, antes de tudo, é porque existem poucos trabalhos sobre esse objeto. Estamos longe de ter um estudo completo sobre o catolicismo intransigente no Brasil. O que propomos é estudar a história do catolicismo intransigente o seu nascimento, suas redes, sua periodização e sua cronologia para o caso brasileiro. Nós dedicamos uma atenção especial às pessoas, na sociedade e no mundo, a partir desse tema. Espero que esse evento seja o início de uma colaboração frutífera para o futuro”, comenta o professor Philippe Roy-Lysencourt.
Nesse cenário, o colóquio quer debater a pertinência do conceito que designa esta tendência do catolicismo à luz da realidade do Brasil, assim como estudar sua própria dinâmica, a fim de melhor compreender seu nascimento, suas ramificações e sua história, bem como a relação que estabelece com a sociedade e o mundo moderno.
“Uma terceira via é possível. Ao longo da história, do século XIX aos nossos dias, nós vimos que podemos chegar a uma terceira via, para não cairmos em uma polaridade. Para isso, é necessário não ver o outro como uma ameaça a qual nós queremos anular”, explica o Prof. Dr. Gilles Routhier, da Université Laval.
Uma atenção particular será dedicada às redes nacionais e internacionais na sua constituição e evolução, do século XIX aos dias atuais, de modo a estabelecer uma cronologia brasileira do catolicismo intransigente, em comparação com aquela de outros países. Finalmente, o Concilio Vaticano II (1962-1965) será especialmente considerado, em razão de seu impacto nas reconfigurações contemporâneas do catolicismo, em suas diferentes expressões.
“O evento acaba congregando pessoas que trabalham com esse tema. É um evento científico de alto nível, o que é muito importante para seguir as pesquisas, planejar novos eventos e publicações. Esse contato, nós escutando colegas e os colegas nos escutando, cria outras possibilidades de pesquisa e parceria entre as universidades”, ressalta o professor Rodrigo Coppe Caldeira.
Para o Prof. Dr. Douglas Ferreira de Barros, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião, trata-se de um evento importante também para a Universidade – que oferece o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião – reforçando a qualidade e a busca pelo conhecimento.
“A iniciativa é muito importante. Trata-se de uma cooperação para a formulação de uma agenda de pesquisa, que já foi desenvolvida nos últimos três anos e pretende-se que ela continue nos próximos anos, tratando não só de pesquisas individuais, é também um projeto que se amplia para além das universidades que participam. É um tema muito importante e para os estudiosos da história das religiões é de fundamental importância”, ressalta.
Confira aqui a programação completa e os participantes.
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