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Estudo realizado na PUC-Campinas mostra que celular sem limpeza pode ser depósito de bactérias e colocar em xeque higienização das mãos

Higienização das mãos com álcool em gel pode ser ineficiente caso o usuário não realize a limpeza do smartphone, aponta análise em laboratório de microbiologia da Universidade

Um estudo realizado no laboratório de microbiologia da PUC-Campinas mostrou que o celular pode ser um verdadeiro reservatório de colônias de bactérias caso não seja higienizado. E pior: que todo cuidado para manter as mãos limpas com o uso do álcool em gel pode ser ineficiente se o usuário não tiver uma preocupação especial com o seu celular.

Durante a pandemia, uma das principais orientações era que o uso do álcool em gel 70% nas mãos auxiliava na prevenção da transmissão do coronavírus, responsável pela covid-19. Apesar de eficiente, a limpeza das mãos pode ser posta em xeque por um companheiro quase inseparável das pessoas nos dias atuais: o celular.

A análise foi feita em laboratório com amostras coletadas de smartphone de universitários, funcionários da Universidade, adolescentes e crianças mostrou mais de 300 unidades de colônias de bactérias em celulares. Contaminação semelhante também foi encontrada em tablets e PCs.

Para fazer a coleta, a equipe utilizou um swab estéril. Esse material de coleta foi levado até o laboratório e, dentro de uma cabine de fluxo laminar – um aparelho que permite um ambiente propício no momento da manipulação –, as amostras foram inoculadas em meio ágar sangue em placa.

Aparelhos analisados: celular (1), tablet (2), PC (4), impressora (5) e relógio digital (6)

Após essa etapa, as placas foram incubadas em uma estufa bacteriológica a 37 graus, durante 24 horas. No dia seguinte o resultado foi analisado e as colônias foram contadas para enumerar a presença e a quantidade de Unidades Formadoras de Colônias.

“Notamos também bactérias com enzimas que podem degradar hemácia, o que significa que podem ser patogênicas”, explica a técnica do laboratório de microbiologia, Andréia Rodrigues Bucci, que realizou a análise com a orientação da professora Maria Magali Stelato.

Além dos aparelhos, foi feita também uma coleta das mãos dos usuários. O que chamou a atenção foi que, em alguns casos, a mão apresentava número bastante inferior de bactérias em relação ao celular, o que mostra que o aparelho não só é contaminado pela forma que é usado pelo usuário mas também pode trazer as bactérias para uma mão que foi higienizada.

“Os celulares são equipamentos indispensáveis hoje. Temos um mundo de informações à nossa mão. Mas esses aparelhos carregam um reservatório de micro-organismos que podem afetar a nossa saúde. Assim, se a pessoa lava a mão frequentemente, mas não higieniza o aparelho com frequência, a higienização pode não ter efeito”, explica Andreia.

Álcool em gel reduz em 30 vezes o número de bactérias

Outra análise feita em laboratório foi a higienização do aparelho celular com álcool isopropílico 100%. E os resultados foram bastante positivos. Em um cenário onde foram detectadas mais de 300 unidades de colônias, o número caiu para 10 após a limpeza. Ou seja, o celular sem higienização possui 30 vezes mais bactérias do que o que passou por uma limpeza. Portanto, comprova a importância de também realizar a higienização no smartphone sempre que lavar as mãos.

 



Carlos Giacomeli
27 de junho de 2023