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Projeto Cozinha Escola é lançado pela PUC-Campinas, Ceasa e ISA

Iniciativa, que começa neste mês de setembro, irá capacitar pessoas em situação de vulnerabilidade social no Hub Gastronômico da PUC-Campinas

A PUC-Campinas, em parceria com a Ceasa (Centrais de Abastecimento de Campinas S.A) e o ISA (Instituto de Solidariedade para Programas de Alimentação), lançou nesta terça-feira (5), no Hub Gastronômico da Universidade, no Campus I, o Projeto Cozinha Escola, que irá capacitar pessoas em situação de vulnerabilidade social para atividades gastronômicas.

Essa é a primeira edição do projeto que, desta vez, será destinado à população do Parque Shalon, em Campinas. Ao todo, 20 pessoas serão atendidas e terão a oportunidade de participar de uma capacitação em panificação e confeitaria. A proposta é viabilizar o empreendedorismo e que, ao final do curso, alunas e alunos possam produzir itens de panificação e confeitaria em suas próprias residências, abrir o próprio negócio e gerar renda familiar.

Estiveram presentes no evento o Vice-Reitor da PUC-Campinas, Prof. Dr. Pe. José Benedito de Almeida David; o Presidente da Ceasa, Valter Aparecido Greve; o Diretor Administrativo e Financeiro da Ceasa, José Guilherme Lobo; o Presidente do ISA, Ronaldo Rodrigues Vale; a Diretora Social do ISA, Santina Rossi; o Secretário de Educação de Campinas, José Tadeu Jorge, autoridades, Pró-Reitores, Decanos, as mulheres beneficiadas pelos programas e demais convidados.

A parceria consiste em que a estrutura do curso seja oferecida pelo Hub Gastronômico da Universidade, que também será responsável pelos docentes da capacitação. A Ceasa fornecerá transporte, insumos e uniformes. Já o ISA, que atende cerca de 270 mil pessoas por ano, será responsável pela curadoria da ONG e comunidade atendida. Nessa oportunidade, a ONG participante será o Instituto Trilho Certo, comprometida em mudar a realidade social de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de vulnerabilidade social na região norte de Campinas. As aulas acontecerão todas as terças-feiras, das 9h às 12h30, com início em 5 de setembro e término em 28 de novembro de 2023.

“Essa iniciativa nos deixa muito felizes enquanto instituição de educação e católica. A PUC-Campinas, hoje, está fazendo uma parceria onde se encontram poder público, ONGs, empresas e a Universidade, tendo em vista um projeto educacional que favorece o ensinamento a pessoas que estão em situação de vulnerabilidade, no sentido que elas possam começar a fazer seus próprios pães, bolos, doces e abrir um pequeno negócio. Essa parceria nos deixa muito felizes por estarmos cumprindo a nossa missão educativa e atendendo também a projetos de extensão, indo ao encontro das necessidades dessas pessoas. Esse projeto nasce do apelo da campanha da fraternidade desse ano, que justamente tocou o problema da fome, da escassez de alimento e da ausência de partilha”, comentou o vice-reitor, Prof. Dr. Pe. José Benedito de Almeida David.

“Estamos muito felizes em estar aqui na gastronomia da PUC-Campinas. Esse projeto de desenvolver a gastronomia para a periferia é fantástico, inclusive o nosso prefeito, Dário Saadi, deseja que seja desenvolvido. A importância, para Campinas, dessa iniciativa em um momento como esse é fantástica. Hoje estamos recebendo o Pessoal do Trilho Certo, da comunidade Shalon, e isso pode se estender para todo o município”, comenta o presidente da Ceasa, Valter Aparecido Greve.

“Nós estamos olhando para um momento único, uma oportunidade rara para quem mora nessa condição. É uma parceria fantástica que estamos apostando muito e esperamos que ano a ano tenhamos mais alunos. É um projeto grande diante da oportunidade que temos. Estamos muito felizes por estarmos juntos”, afirmou a diretora Social do ISA, Santina Rossi.

“Para nós, é uma alegria muito grande. Agradecemos muito à PUC-Campinas e ao ISA. É uma oportunidade muito legal. Muito se fala de empreendedorismo para mulheres. Então, para elas, estar aqui, dentro da PUC-Campinas, aprender uma nova linha de atuação, é muito gratificante. Além de ser algo novo, pode gerar uma nova renda. O sorriso no rosto delas diz tudo”, explica Gabriel Teixeira, presidente da ONG Trilho Certo.

“Eu sou cozinheira e quero aperfeiçoar. Então, minha expectativa é que vou aprender coisas novas e terei um certificado. Eu vou ter um aprendizado melhor, se tiver que fazer pratos diferentes. Nunca imaginei fazer um curso na PUC-Campinas, vai ser um sonho”, disse Eloiza Cristina Belarmino, participante do projeto.

“Estamos muito felizes com essa oportunidade. É uma chance no mercado de trabalho. O coração está imenso de felicidade. Muitas não têm essa oportunidade e agora temos. É um mundo novo”, afirmou Patrícia de Oliveira Ramos, que participará do programa.

“Tão importante quanto à ação social que estamos fazendo é também o ensino que estamos deixando para os alunos na disciplina de Gastronomia Social, na qual os alunos têm a oportunidade de aprender como colocar os seus negócios, o seu tempo e a sua formação dentro de um projeto social. É importante, em uma formação superior, com a referência da PUC-Campinas, ter essa relação com a comunidade e entender como funcionam os projetos sociais e de que forma cada aluno pode colaborar com a melhoria da sua cidade, do seu entorno e depois no seu negócio. Para nós, é importante provocar no estudante um olhar social, proporcionar uma oportunidade, não só de formação, mas de trabalho, além de gerar renda para as pessoas que têm menos oportunidades”, explica Andreia Pimentel, coordenadora da Gastronomia da PUC-Campinas.

Campanha da Fraternidade 2023

O projeto Cozinha Escola vai ao encontro da Campanha da Fraternidade 2023, que aborda a fome no Brasil e cujo lema é “Dai-lhes vós mesmos de comer”. “Dentro da realidade da fome e do ensinamento de Jesus não é possível ficar parado”, enfatizou Dom João Inácio Müller, Arcebispo Metropolitano de Campinas e Grão-Chanceler da PUC-Campinas, na ocasião do lançamento da Campanha da Fraternidade.

Fome no Brasil

Segundo o relatório global “Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo”, divulgado em julho pela Organização das Nações Unidas (ONU), um em cada dez brasileiros (9,9%) passava por situação de insegurança alimentar severa entre 2020 e 2022. Além disso, quase um terço (32,8%) da população do país está incluído nas categorias de insegurança alimentar severa ou moderada, o que equivale a 70,3 milhões de brasileiros.



Carlos Giacomeli
5 de setembro de 2023