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PUC-Campinas inova com pesquisa que usa a própolis para tratamentos cutâneos

Que a própolis tem finalidade preventiva e curativa, a maioria das pessoas sabe. O que muitos desconhecem é a variedade de sua aplicação, que passa pelos sprays para garganta até os sabonetes e cremes dental. Agora, a Faculdade de Ciências Farmacêuticas da PUC-Campinas sugere uma nova aplicação para essa substância: um talco capaz de prevenir e controlar inflamações e o mau cheiro dos pés.

Uma pesquisa realizada por um grupo de alunos da faculdade, sob a orientação das professoras Gisele M. S. Gonçalves e Iara T. Dias, indica o uso da própolis em associação ao alfa-bisabolol e triclosan, que respectivamente têm ações antiinflamatória e anti-séptica. De acordo com as pesquisadoras, essa nova formulação de talco previne o aparecimento e a evolução do intertrigo, se usado diariamente. O intertrigo é uma inflamação das dobras da pele causada pela fricção e que pode ter uma série de complicações cutâneas como infecções bacterianas ou fúngicas, sobretudo para os praticantes de atividades físicas.

Além da utilização para prevenção e controle do intertrigo, o talco a base de própolis tem eficiência para a prevenção do mau cheiro dos pés. Para se chegar a atual consistência e resultados, as alunas Fabrizia Borges Guimarães e Karen Coelho trabalharam com quatro diferentes formulações, até obter o resultado esperado.

Outra característica da formulação diz respeito ao aroma do talco. A orientadora da pesquisa salienta que a própolis ainda é pouco utilizada na cosmética devido a sua fragrância que não é bem aceita pelos usuários. Mas, associada ao alfa-bisabolol e triclosan, o resultado foi uma formulação com aroma suave e agradável. Também é possível a adição de fragrância para a melhoria sensorial do produto.

Patente e mercado

A professora Gisele explica que a fabricação em grande escala do produto é viável, caso alguma empresa se interesse. “Um dos testes realizados foi o de fluxo de pó, que é importante para o processo de manufatura e envase. Obtivemos ótimos resultados”, reforça.

Com expectativa de patentear a formulação, a professora está desenvolvendo novas pesquisas com a própolis para que a substância seja utilizada em outras frentes e com outras formulações. “A pesquisa foi desenvolvida sem a ambição de ser inovadora, mas desconheço que exista no mercado alguma formulação igual ou semelhante que associe o alfa-bisabolol e triclosan com a própolis”, explica a professora. O grupo pesquisou durante quatro meses para chegar a formulação adequada e o trabalho foi apresentado como projeto de conclusão do curso. Recentemente, o trabalho foi exposto no 21º Congresso Brasileiro de Cosmetologia, realizado em maio deste ano em São Paulo.



Portal Puc-Campinas
27 de junho de 2007