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PUC-Campinas e Movimento Negro realizam plantio de baobá, a árvore da vida

Muda foi um presente recebido pela Universidade em agosto, na ocasião do lançamento do Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros Dra. Nicéa Quintino Amauro

O dia 1º de novembro de 2023 ficará marcado por um momento especial na PUC-Campinas. A Universidade e o Movimento Negro plantaram, no Campus I, ao lado da biblioteca, uma muda de baobá, chamada de “a árvore da vida”. A muda foi um presente do Projeto Rota dos Baobás no ato de lançamento do Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros Dra. Nicéa Quintino Amauro, em agosto deste ano.

Estiveram presentes na cerimônia o Reitor da Universidade, Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior; o Vice-Reitor, Prof. Dr. Pe. José Benedito de Almeida David; a comendadora Edna Almeida Lourenço, presidente da Associação Dos Religiosos de Matriz Africana de Campinas e Região (Armac); Eunice De Souza, a Mãe Dangô, representante das religiões de matriz africana e responsável pela lavagem das escadas da Catedral de Campinas; Antonia Lima Duarte, a Mãe Corajacy, que é a primeira mulher de comunidade tradicional de matriz africana a receber o título de Cidadã Campineira; a Profa. Dra. Walesca Miguel Batista, Coordenadora do Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros Dra. Nicéa Quintino Amauro; TC Silva, da Casa De Cultura Tainã; além de familiares da Dra. Nicéa Quintino Amauro, Pró-Reitores, Decanos, diretores e convidados.

O baobá é considerado, por muitos, a árvore da vida e carrega muito significado. A identidade social africana de alguns povos é interpretada pela ideia de que as raízes do baobá representam os ancestrais e as memórias da comunidade, enquanto o tronco representa as crianças e os jovens em crescimento. Estes, por sua vez, devem estar enraizados nessa camada profunda da terra para sobreviver às variações do tempo e seguir em direção ao ápice de suas vidas. Os galhos significam o amadurecimento. Quando as folhas caem, retornando ao solo para alimentar as raízes, é dada a continuidade: trata-se de um novo ciclo que recomeça. A árvore é predominante nas regiões semiáridas de Madagascar e carrega, simbolicamente, uma visão do “nós” e não apenas do “eu”.

O Reitor da PUC-Campinas fez questão de reforçar o compromisso da Universidade e salientou a importância do negro na construção do Brasil. “É importante nós destacarmos que iniciamos um mês de reflexão sobre a presença do negro no Brasil. A construção desse país aconteceu com mãos, braços, ideias e pensamentos dos negros. Esse é um país construído, sobretudo, pelos negros. Esse momento de hoje é significativo porque traz à Universidade, mais uma vez, a memória do passado e o compromisso com o futuro, que já assumimos quando construímos o Centro”, comentou o Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior. O Reitor também aproveitou a ocasião para homenagear a comendadora Edna com uma placa.

“A alegria é imensa, porque nós estamos em uma continuidade de ações com a PUC-Campinas. O ‘Diálogos sobre o Racismo’ completa quatro anos; depois, em 23 de agosto, é lançado o Centro de Estudos; e hoje a oportunidade de iniciar o mês da Consciência Negra com o plantio de uma árvore sagrada. Hoje, estamos plantando África. O crescimento dessa árvore é o crescimento da força de toda a ação capitaneada pelo professor Germano, a quem eu sou muito grata”, explicou a comendadora Edna Almeida Lourenço.

“Ele (o baobá) tem todo um significado, uma ligação direta com as entidades de religião africana, simbologia da espiritualidade, da possibilidade de atravessar a natureza, do natural ao sobrenatural, e isso é algo lindo de constituição do próprio ser humano, feito de corpo, alma e espírito. É uma árvore que pode ultrapassar os 100 anos de idade e cerca de 20 metros de altura. Então, ela vai se destacar, mostrar a sua grandiosidade, trazendo essa transcendência. É uma grande alegria esse ato ecumênico, pois reforça o combate à discriminação e à intolerância religiosa”, explicou Waleska, coordenadora do Centro de Estudos.

O plantio ocorreu na área externa, próximo à biblioteca do Campus I, sob muita música, puxada por TC Silva, da Casa de Cultura Tainã. “É um momento marcante, é histórico esse encontro, essa iniciativa, e nós queremos que, juntos, possamos fazer um momento mais do nosso jeito”, disse TC.

Após as apresentações de PC Silva durante o plantio da árvore, houve também uma bênção. “Semente que cai em terra boa dá fruto. Que esse baobá possa ser plantado no nosso coração, na nossa cabeça, nas nossas mãos. Que possamos, em todo nosso ser, ter a consciência da importância de, cada vez mais, se abrir à África e também se sentir parte dela”, reforçou o padre José Antonio Boaretto, professor da PUC-Campinas, que realizou a oração no local.

Após a bênção, houve o descerramento da placa de inauguração, que pode ser lida por quem passar pelo local.

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Carlos Giacomeli
1 de novembro de 2023