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Plantão Psicológico da PUC-Campinas atende pacientes de todo o Brasil e do exterior

PUC-Campinas atende gratuitamente pessoas que buscam apoio psicológico

O Serviço de Plantão Psicológico da PUC-Campinas, iniciado pela Universidade durante a pandemia, está atendendo pessoas de diversos estados brasileiros. As pessoas que sentem a necessidade de apoio psicológico são atendidas por Skype, com dia e horários agendados. O atendimento gratuito é feito por estudantes do Curso de Psicologia, sob a orientação de professores.

O projeto foi criado pelo Serviço-Escola de Psicologia da PUC-Campinas com o objetivo de disponibilizar atendimentos psicológicos pontuais de forma remota na época em que as pessoas estavam isoladas em suas casas por conta da covid-19. Mas a busca foi tão grande que o serviço foi mantido mesmo depois da normalização sanitária.

A supervisora responsável é a Profa. Dra. Vera Engler Cury e o atendimento, em 2023, foi realizado por 12 estagiários. Além do atendimento, eles realizaram um relatório sobre o perfil dos clientes atendidos no Plantão Psicológico a partir de variáveis, como número de pessoas atendidas, idade, gênero, país/estado e cidade de origem.

A média de idade dos atendidos foi de 32 anos, sendo 22,65% do gênero masculino e 77,34% do feminino. Muitos deles eram de outras cidades do Estado de São Paulo e de outros estados, além de brasileiros morando em Portugal.

Entre os estados com pacientes estão Rio Grande do Norte (0,8%), Goiás (2,3%), Amazonas (1,6%), Minas Gerais (3,1%), Rio Grande do Sul (1,6%), Mato Grosso (1,6%), Bahia (5%) e Rio de Janeiro (3,9%). De Campinas, foram 29,7% dos atendimentos, e de São Paulo, excluindo Campinas, 50%. De outros países, Portugal teve 1,6% dos atendidos.

O plantão é oferecido em três períodos: matutino, às quartas-feiras; vespertino, às sextas-feiras; e noturno, às quartas-feiras. Quanto aos procedimentos, o padrão de duração estabelecido para os atendimentos foi de 50 minutos, podendo, entretanto, variar para mais ou menos a depender da demanda do cliente. Enquanto modalidade de atendimento psicológico, o Plantão Psicológico teve como foco demandas emergenciais das pessoas, com graus variados de sofrimento psíquico.

Todo e qualquer contato dos estagiários com os clientes foi feito de forma remota. O atendimento virtual foi realizado por meio do aplicativo Skype, da PUC-Campinas, com os acessos correspondentes a e-mails criados pelo Serviço-Escola de Psicologia para cada estagiário e para a recepção.

“Os estudantes que participam nunca sabem quem vão atender e como essa pessoa vai se manifestar, que tipo de demanda ela traz. Então, essa diversidade de atendimentos de diferentes pessoas, faixas etárias e formas de manifestarem a sua necessidade é um campo de atuação para os alunos muito diferente dos atendimentos agendados, em que eles têm uma pasta onde recebem informações sobre o paciente, é uma possibilidade deles se exercitarem como uma escuta clínica que acelera a tomada de decisões rápidas”, disse a coordenadora Profa. Vera Engler.

O estudante Lucas Silva Suniga, voluntário do projeto, também destaca essa característica. “Existe uma necessidade de você desenvolver um certo jogo de cintura, você precisa ser articulado. Por exemplo, na nossa abordagem, que é baseada no vínculo, você tem que transmitir certas atitudes para a pessoa que você está atendendo, o que significa coisas muito diferentes para pessoas muito diferentes”, disse.

Funcionamento

O funcionamento do plantão ocorre da seguinte forma: assim que um cliente entra em contato pelo Skype, o recepcionista se comunica com ele a partir do chat do aplicativo, mandando as mensagens padronizadas, seja para dar início ao processo por meio de consentimento, para informá-lo de que todos os plantonistas estão em atendimento e pedir que aguarde ou para informá-lo de que entrou em contato no horário em que o plantão não está em funcionamento e indicar os horários corretos.

Uma vez obtido o consentimento do paciente, o recepcionista dá início a uma chamada de vídeo para explicar brevemente o processo do plantão psicológico e coletar seus dados de identificação. A seguir, ele é informado de que será direcionado a um dos plantonistas para dar início ao atendimento.

Neste momento, o plantonista inicia uma chamada de vídeo para acolher o cliente, oferecendo uma escuta psicológica qualificada. Os fundamentos teóricos e técnicos em que se baseiam os atendimentos referem-se aos princípios da Abordagem Centrada na Pessoa, de Carl R. Rogers, aplicados ao Plantão Psicológico.

Ao fim do atendimento, o plantonista avalia a demanda trazida e os encaminhamentos mais adequados a serem feitos para o paciente, sejam eles outros serviços de saúde, psicoterapia ou nenhum encaminhamento, bem como fornece, se necessário, informações de contato sobre outros serviços e órgãos públicos existentes na base de dados do plantão.

Uma vez encerrada a sessão, o plantonista que atendeu àquela pessoa acessa a planilha compartilhada e descreve brevemente a demanda encontrada e encaminhamentos ou informações fornecidas. Na sequência, disponibiliza-se novamente para atender um próximo paciente.

Dados

A partir dos atendimentos realizados, levantou-se a forma como a pessoa chegou ao plantão, se por indicação, através de pesquisas no Google, redes sociais ou de outras formas, o número total de atendimentos realizados em cada um dos períodos semanais e a média de atendimentos por aluno por dia em cada período.

As redes sociais trouxeram grande parte dos pacientes, 34,4%. Por indicação, foram 15,6%, por pesquisa do Google, 10%, e de outras formas, 40,6%.

As principais demandas foram ansiedade (29,69%), depressão (14,84%), ideação, planejamento, tentativa de suicídio (13%), abuso de álcool e outras drogas (1,56%), familiar (9,38%), relação de casal (10,16%), busca por psicoterapia (6,25%) e outros (25%).

 



Marcelo Andriotti
13 de março de 2024