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Endividamento dos brasileiros X Educação financeira

Percentual de famílias endividadas em 2018 passa de 60%

 

Por Sílvia Perez

 

Um levantamento feito pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontou que o percentual de famílias brasileiras que relataram ter dívidas em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro alcançou 60,7% em outubro de 2018. Apesar de o percentual representar estabilidade em relação aos números registrados em setembro de 2018, ainda aponta que a maior parte das famílias está endividada.

De acordo com o professor de Finanças do Centro de Economia e Administração, Prof. Me. Eli Borochovicius, o grau de endividamento do brasileiro passou a se intensificar em função da crise político-econômica que começou em 2014. “Houve um aumento considerável no desemprego e um esfriamento da economia, então, as pessoas precisaram se rearranjar financeiramente”, disse.

O cenário de crise gerou um impacto na cultura de planejamento financeiro dos brasileiros. “Houve um período de facilitação de crédito que gerou reflexo posterior no aumento do nível de inadimplência. Outro fator é que, em geral, os brasileiros não têm uma cultura de planejamento financeiro de médio e longo prazo”, explicou o professor Boro, como é popularmente conhecido.

Segundo ele, quando o contexto político econômico começou a dar sinais de melhora teve início o processo de negociação de taxas para o pagamento das dívidas, no entanto, esse movimento ainda está tímido em razão da troca de governo no país. “É por isso que é importante ter uma educação financeira, as pessoas precisam se educar financeiramente para poderem realizar seus sonhos. E não adianta achar que só porque ficou adulto já sabe cuidar do dinheiro, porque o que vale é a velha máxima do não importa quanto dinheiro você ganha, mas sim como você gasta”, finalizou.

Fonte: Jornal da PUC-Campinas

 



Silvia Perez de Freitas
18 de dezembro de 2018