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Observatório PUC-Campinas registra queda de 19,3% nas exportações da RMC em setembro

Indústria automobilística segue em baixa: redução nas vendas ao exterior chega a 52% no acumulado do ano

As empresas localizadas na Região Metropolitana de Campinas (RMC) venderam, em setembro, US$ 365,17 milhões em produtos ao exterior, montante 19,36% menor se comparado ao mesmo período do ano passado. O baixo desempenho, causado pela desaceleração da economia global, aliado ao aumento das importações, ampliou o déficit comercial regional, que chegou a US$ 6,8 bilhões no acumulado do ano.

O fraco resultado das exportações esteve novamente associado às quedas nas comercializações internacionais de medicamentos e partes de acessórios para veículos motorizados. Além destas mercadorias, cabe enfatizar a manutenção do cenário desfavorável à indústria automobilística: a venda de veículos de passageiros, que contemplam a lista dos principais produtos exportados na região, caiu 52% no acumulado do ano, sobretudo pela crise no maior mercado de destino, a Argentina.

Não bastasse a performance insatisfatória no tocante ao volume das exportações – o 3º pior da década –, chama atenção a queda nas vendas de produtos de maior complexidade econômica, como equipamentos para análises físicas e químicas, centros de usinagem, polímeros, máquinas para construção civil e medicamentos. De acordo com o economista Paulo Oliveira, responsável pela análise do Observatório PUC-Campinas, esse contexto não é vantajoso ao desenvolvimento da região.

“As mercadorias mais complexas requerem mão-de-obra mais qualificada. Ao haver uma queda na venda de produtos desta natureza, temos como resultado a perda de produtividade e renda, tendo em vista que sua fabricação está atrelada à oferta de maiores salários”, ressalta.

No que diz respeito ao volume de importações, cujo volume atingiu US$ 1,2 bilhão em setembro – montante 6,74% superior em relação ao mesmo período de 2018 –, destaca-se o aumento das compras de circuitos eletrônicos integrados e aparelhos elétricos para telefonia, revertendo o panorama apresentado em agosto. No entanto, os dados continuam sugerindo maior atividade econômica nas indústrias química e farmoquímica, e desaquecimento nos setores de eletrônica, de telefonia e automobilístico.

Encerrados os nove primeiros meses do ano, a RMC exibe déficit comercial de aproximadamente 7 bilhões de dólares, tendo importado o equivalente a US$ 10,1 bilhões e exportado cerca de um terço deste valor: US$ 3,3 bilhões. Dos municípios que compõem a região, Campinas é o que apresenta maior participação nas transações realizadas, seja importando ou exportando.

Observatório PUC-Campinas

O Observatório PUC-Campinas é responsável pelo monitoramento de dados socioeconômicos da Região Metropolitana de Campinas (RMC) e está, atualmente, amparado em quatro eixos temáticos: Atividade Econômica/Comércio Internacional; Emprego/Renda; Sustentabilidade/ Desafios do Milênio; e Indicadores Sociais. Os estudos se estruturam na seleção de indicadores e análise sistêmica de dados que podem ser usados em diversos setores da sociedade.



Vinícius Purgato
8 de outubro de 2019