Campinas tem novo aumento de casos e de mortes causadas pela covid-19
Por outro lado, a RMC e a região do DRS apresentaram queda nas mortes
O número de mortes causadas pela covid-19 continua aumentando em Campinas segundo dados levantados pelo Observatório PUC-Campinas referente ao período de 17 a 23 de janeiro. As mortes cresceram 11,9% e o número de casos 4,26%. Já a região englobada pelo Departamento Regional de Saúde (DRS) e a Região Metropolitana de Campinas (RMC) apresentaram queda tanto no número de novos casos quanto de mortes. Para os especialistas, os números refletem estabilidade da pandemia na região, porém em níveis bastante elevados, que pressionam o sistema de saúde e demandam maior distanciamento físico.
A variação do DRS-Campinas em termos de novos casos foi de 8.3 mil casos (- 12,54%); RMC, 5,6 mil casos (-8,25%); e Campinas, 2.080 casos (+4,26%). Em relação à semana passada, as novas mortes tiveram queda no DRS-Campinas, 128 óbitos (-7,91%); na RMC, 90 (-8,16%); mas em Campinas tiveram alta, 47 mortes (+11,90%).
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Os municípios com menor incidência são Vargem e Tuiuti, com 910 e 1.281 casos por 100 mil habitantes, respectivamente. Na outra ponta, Paulínia, Indaiatuba e Jundiaí são os municípios com maior incidência, todos com mais de 5 mil casos por 100 mil habitantes. Em relação aos demais municípios paulistas, 12 dos 42 municípios do DRS-Campinas e nove dos 20 municípios da RMC estão entre os 25% de maior incidência.
Além disso, Santa Bárbara d’Oeste e Campinas continuam entre os municípios com maior índice de mortes do DRS-Campinas, com 131 e 136 mortes por 100 mil habitantes, respectivamente. Esses municípios estão, inclusive, no grupo dos 25% dos municípios com maiores taxas de mortalidade, no estado de São Paulo, com corte em 104 mortes por 100 mil habitantes.
No último fim de semana, o município de Campinas chegou a ficar por algumas horas com 100% de ocupação em leitos SUS de UTI, numa semana em que a taxa ocupação geral do município de leitos de UTI COVID esteve sempre acima de 80%. “É um dado extremamente preocupante, visto que a cidade ocupa uma posição de referência regional, com muitos pacientes de outros municípios internados em Campinas”, disse o infectologista André Giglio Bueno, que analisa dos dados de saúde do estudo.
“Devido às dificuldades econômicas e ao ‘cansaço’ com a pandemia, será necessário um grande esforço de fiscalização por parte dos municípios para que as regras estabelecidas pelo plano São Paulo sejam de fato respeitadas, uma vez que as tentativas de manter estabelecimentos abertos e funcionando de maneira velada e irregular devem ser mais frequentes do que em momentos anteriores de fases laranja e vermelha na região”, disse.
Sob o aspecto econômico, os dados continuam mostrando diminuição da atividade produtiva. “A RMC fechou 2020 com queda de -22,2% das exportações, -9,9% das importações e -3,8% do saldo da balança comercial. Para uma região industrial, com alta dependência da importação de insumos, esses números indicam queda da atividade produtiva externa e interna”, diz o coordenador do estudo, o economista Paulo Ricardo S. Oliveira.
Ele ressalta que os dados demostram também aumento no desemprego, alta de preços pressionando a inflação e reflexos da segunda onda da covid-19 na Europa e nos Estados Unidos, que afetará o Brasil e a RMC até que a vacinação atinja os níveis mínimos para permitir a retomada das economias desses países.
“Seguimos afirmando que, sem medidas de proteção da renda e do emprego e diante do cenário econômico e social atual, os efeitos da pandemia podem ser devastadores para a economia brasileira, e, consequentemente, para a economia regional nos próximos meses”, afirma.