ALUNAS DE TURISMO DA PUC-CAMPINAS SE DESTACAM EM DESAFIO UNIVERSITÁRIO
As equipes elaboraram uma proposta baseada nos princípios do desenvolvimento sustentável para a retomada das atividades turísticas no Parque Estadual de Ilhabela e no Refúgio da Vida Silvestre de Alcatrazes
As alunas Beatriz Haul, Carolina do Carmo Romão, Milena Mota de Jesus e Thalia Cristine Perez, alunas do quarto semestre da Graduação em Turismo da PUC-Campinas, obtiveram o quinto lugar na sétima edição do Desafio Universitário de Turismo, competição organizada pela Agência ECA Jr., que mobilizou 50 equipes de estudantes de todo o país. O desafio consiste em que cada equipe participante proponha uma solução para um case. Uma banca formada por professores e profissionais da área avalia as propostas.
Realizado pela primeira vez no formato on-line, o tema do Desafio foi ecoturismo. Os competidores tiveram que elaborar uma proposta baseada nos princípios do desenvolvimento sustentável para a retomada das atividades turísticas no Parque Estadual de Ilhabela e no Refúgio da Vida Silvestre de Alcatrazes. O case foi elaborado em parceria com o WWF Brasil, ONG que atua em projetos de conservação da biodiversidade. “Tivemos que criar uma solução criativa e sustentável, que pudesse gerar renda, mas de maneira segura no momento pós-pandemia, valorizando as Unidades de Conservação, garantindo a participação das comunidades locais, a retirada do coral-sol e o manejo de trilhas”, contou a estudante Beatriz Haul.
O turismo foi uma das atividades mais fortemente afetadas pela pandemia e paralisação de atividades. Nas fases mais agudas da pandemia, os parques estaduais paulistas permaneceram fechados e, atualmente, funcionam em horários reduzidos, com impacto na geração de renda das comunidades e prestadores de serviços. Como retomar às atividades no pós-pandemia? “Para nós, o Desafio foi uma oportunidade de pensar em soluções para um problema real, em maneiras de estimular o turismo responsável e sustentável em um local que é diretamente afetado por esse mercado”, afirmou Milena Mota de Jesus.
A equipe da PUC sugeriu explorar o segmento do turismo de surf. Segundo as alunas, esse é um trade pouco explorado e deve aproveitar um público já existente na cidade de Ilha Bela. A proposta que deu à equipe da PUC-Campinas o quinto lugar no Desafio da USP foi a organização de um campeonato de surfe sustentável, que criasse novas oportunidades para os membros da comunidade em um momento de pós-pandemia, utilizando o coral-sol como souvenirs, decoração e na confecção dos troféus do campeonato.
Essa proposta concorreu com outras 49 ideias. A escolha levou em conta critérios como inovação, criatividade e originalidade, bem como a viabilidade de a ideia ser aplicada no mercado. A banca de avaliação tinha professores e profissionais da área. Segundo Carolina do Carmo Romão e Thalia Cristine Perez, que completaram a equipe da PUC, o formato on-line trouxe um desafio a mais para todas as equipes. “Além disso, como avançamos para a final, pudemos conhecer todos os projetos finalistas e ainda ouvir os comentários da banca sobre as propostas, o que enriqueceu ainda mais a experiência”, disseram.
Para a coordenadora dos Cursos de Extensão e professora da Faculdade de Turismo da PUC, Marina Pontes, que acompanhou a participação da equipe da PUC, o resultado foi muito positivo: “Elas ainda estão no segundo ano e, já na primeira vez que participaram, foram para a final. Além disso, esse esforço de pensar soluções amigáveis em relação à natureza, que muitas vezes é prejudicada pelo turismo realizado de maneira imprudente, é algo muito satisfatório para elas, enquanto futuras turismólogas”, pontuou a professora.
Coral-sol
O coral-sol é uma espécie nativa do Oceano Pacífico que, segundo informações do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), foi acidentalmente introduzida no litoral brasileiro nas décadas de 1980 e 1990, provavelmente incrustada nos cascos de navios. Hoje ele está presente desde Santa Catarina até Sergipe. Sua proliferação é extremamente nociva às espécies nativas, com impacto na biodiversidade marinha e em atividades econômicas como a pesca e o turismo. Esse é o caso do Refúgio da Vida Silvestre de Alcatrazes.
Por Patricia Mariuzzo