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Alunos da Faculdade de Engenharia Química criam bengala com sensor de perigo para deficientes visuais

Sensor colocado no equipamento identifica solo molhado e ajuda a evitar acidentes

Diariamente, as dificuldades encontradas pelas pessoas com deficiência (PcD) estão espalhadas por toda a cidade. No caso dos deficientes visuais, um dos instrumentos mais usados no dia a dia é a bengala. Só que nem sempre a ferramenta garante a segurança ao caminhar, visto que um terreno irregular ou escorregadio, por exemplo, pode causar acidentes.

Para resolver esse problema, um grupo de alunos da Faculdade de Engenharia Química da PUC-Campinas desenvolveu uma bengala especial. Ela possui um sensor que consegue identificar o solo molhado, alertando, assim, ao usuário o risco de passar por aquele local.

Augusto Paes Villas Boas, um dos responsáveis pela novidade, aposta na tecnologia simples, mas de grande utilidade, que começou como apenas um projeto teórico da disciplina de Acessibilidade na Indústria Química, mas mostrou potencial para transformá-lo em realidade. “Eu acabei tendo a ideia de construir um protótipo e foi um sucesso. É uma ideia simples, mas com poder de ajuda extremamente alto. Espero que ainda consiga ajudar muita gente”, comenta. O grupo que desenvolveu o produto contou também com a participação dos estudantes Lucas Vitti, Caroline Souza, Juliana Lucena, Danieli da Silva e Leandro Quibao.

A bengala possui um sensor na ponta que, ao tocar no solo, identifica se ele está molhado e já avisa o usuário por meio de uma vibração na mão que segura a bengala – como o toque de celular no modo vibratório. “Em um primeiro momento, não poderia ser um sensor de luz, porque o usuário não vai enxergar, e nem sonoro, porque dependendo do lugar, com o barulho, o sinal não seria ouvido. Então a gente optou por sistema vibratório na mão”, reforça o aluno.

Para a Professora Doutora Priscilla Cibelle Oliveira de Souza Firmino, que ministra a disciplina, é um protótipo que tem todo potencial necessário para chegar ao mercado. “Eles viram a barreira, propuseram o produto e conseguiram amadurecer a ideia inicial para trazer um produto inclusive barato. Eu acho que tem total chance de chegar a um nível comercial, sim”, comenta.

O protótipo já foi testado e mostrou eficiência. Mas não para por aí. Agora, a meta é embarcar ainda mais tecnologia para deixar o produto ainda mais atrativo e mais completo e, assim, estreitar o processo de torná-lo comercial. “Estamos querendo embarcar mais tecnologia, como densidade de piso, para que a pessoa saiba em qual terreno está andando”, adianta Villas Boas.

De acordo com dados do Censo 2010, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 18,6% da população têm algum tipo de deficiência visual. Ao todo, 6,5 milhões possuem deficiência visual severa e 506 mil têm perda total da visão.



Carlos Giacomeli
13 de junho de 2022