A partir de setembro, cerca de 700 empresas de Campinas e região terão a oportunidade de conhecer a campanha idealizada por cinco alunos da Faculdade de Publicidade e Propaganda da PUC-Campinas para o Núcleo de Promoção da Igualdade de Oportunidades e de Combate à Discriminação, da Gerência Regional do Trabalho e Emprego em Campinas/SP. Parte do Programa de Inclusão da PUC-Campinas, o trabalho foi desenvolvido como atividade da disciplina Agência Experimental e selecionado com o principal objetivo de combater o preconceito na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.
Para atingir esse objetivo, as estudantes Alessandra Ashcar, Cínthia Pimenta e Tabata Montero, ao lado dos colegas João Henrique Martini e Raphael Carreiro de Melo, desenvolveram cartazetes, anúncios para jornais e spots para rádio a partir do mote “Não é questão de caridade e sim de qualidade”. Também fizeram parte da campanha idealizada pelo grupo várias ações de Relações Públicas.
Segundo Cínthia, o interesse do grupo ao propor essa campanha foi mostrar à sociedade que a pessoa com deficiência está apta a trabalhar se encontrar oportunidades no mercado. “O desafio é fazer com que as empresas contratem pessoas com deficiência não apenas pela Lei das Cotas, mas por desejo de ter um profissional eficiente e com qualidade em sua empresa”, explicou. “Para chegarmos a essa conclusão tivemos que realizar muita pesquisa, que revelou um preconceito na maioria das empresas”, completou Alessandra.
A campanha selecionada pela Gerência Regional do Trabalho e Emprego em Campinas começou a ser planejada pelos alunos em setembro do ano passado e, três meses depois, foi apresentada a uma banca formada por profissionais de mercado e o próprio cliente. Houve a participação de 25 equipes dos períodos matutino e noturno. “Os alunos fizeram uma campanha que atendeu a dois objetivos do Núcleo, que são a sensibilização e a conscientização da sociedade em relação à pessoa deficiente”, explicou Guirlanda Benevides, coordenadora do Núcleo de Promoção da Igualdade de Oportunidades e de Combate à Discriminação. Formação diferenciada Para a professora Renata Manjaterra, orientadora da campanha selecionada, o projeto propiciou uma rica oportunidade de crescimento pessoal e profissional aos alunos. “Foi um trabalho de intensa formação para os estudantes, porque além de passarem informações técnicas, eles também tiveram que se conscientizar de uma situação que talvez nunca tenham percebido com tanta atenção”, argumentou.
Para a diretora da Faculdade de Publicidade e Propaganda da Universidade, Flailda Brito Garboggini, os alunos se motivam com a experiência, porque sabem que ela pode ser a porta de entrada no mercado de trabalho. “Todos se beneficiam com essa troca”, analisou.
Programa de Inclusão tem saldo positivo
Prestes a comemorar um ano de vigência, o Programa de Inclusão da PUC-Campinas já acumula saldo positivo. Ações envolvendo o ensino, a pesquisa e a extensão, que atingem as áreas administratativas e acadêmicas da Universidade, revelam adesão da comunidade interna ao projeto.
Para a professora Rita Khater, que desenvolve vários projetos de inclusão no Centro Interdisciplinar de Atenção ao Deficiente (CIAD), órgão vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (PROEXT), iniciativas de inclusão fazem parte da história da Universidade. “Fomos pioneiros no Programa de Acessibilidade (ProAces), que planeja e desenvolve ações para atender alunos com capacidades educativas especiais”, declarou. “No campo do trabalho prestamos assessoria às empresas para capacitá-las a conviver com pessoas com deficiência, além de darmos orientação e fazermos a recolocação do deficiente no mercado”.
Pelos dados do coordenador da Divisão de Recursos Humanos da PUC-Campinas, Lucas Camargo, a Universidade conseguirá cumprir a meta de concretizar uma série de projetos direcionados à pessoa com deficiência. Um deles é a oferta de trabalho, que vem sendo anunciada no site da Instituição. “Nosso banco de currículos cresce a cada dia e nossa proposta é incluirmos a maioria dessas pessoas em nosso quadro funcional”, disse.