Biblioteca 2 do Campus I recebe exposição fotográfica sobre transformações urbanísticas de Campinas
Projeto foi aprovado pelo Fundo de Investimentos Culturais de Campinas (FICC 2022)
A partir do dia 8 de abril, a exposição “Imagens da Campinas de 1880 até os dias atuais”, resultado de pesquisa das artistas visuais Márcia Piccin e Regina Rocha Pitta, estará aberta à visitação na Biblioteca (Unidade 2) do Campus I da PUC-Campinas. A mostra apresenta as modificações ocorridas na cidade nos últimos três séculos através de fotografias de acervos museológicos que guardam a memória visual da cidade.
A exposição é resultado do projeto contemplado e patrocinado pelo Fundo de Investimentos Culturais de Campinas – FICC 2022, pertencente à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo da Prefeitura Municipal de Campinas. Ressaltando que o FICC tem como finalidade fomentar a produção artística local.
Por meio de pesquisa, Márcia Piccin e Regina Rocha Pitta realizaram um trabalho que envolveu imagens antigas e novas, traçando um comparativo que mostra as várias transições urbanísticas pela qual a região central passou. As artistas se apoiaram nas coleções de fotografia do MIS e do Centro de Memória da Universidade Estadual de Campinas (CMU) para pesquisar e selecionar as imagens que mais representavam as transformações pelas quais o centro de Campinas passou nos últimos séculos. Em particular, elas citam o Plano Prestes Maia, realizado entre 1938 e 1960, que tinha como premissa a modernização das cidades.
Para as duas realizadoras, o Plano provocou profundas alterações na paisagem da cidade, ressaltando a demolição da Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Sem contar, que Campinas teve dois teatros demolidos: o São Carlos e o Municipal Carlos Gomes, ambos construídos no mesmo lugar onde hoje há uma loja de vestuário na Praça Rui Barbosa, atrás da Catedral Metropolitana. As novas fotografias chegaram a ser feitas com drone, um recurso bastante utilizado hoje em dia.
Ambas chegaram à conclusão de que em nome do crescimento e da modernização, infelizmente não havia olhos para a preservação da memória social e cultural através de patrimônios históricos. E para demonstrar suas percepções, as artistas visuais decidiram fazer as novas fotografias utilizando ângulos similares aos do passado, apresentando o que foi modificado ou mantido. Suas afirmações quanto à importância da preservação do patrimônio cultural e histórico passam pelo caminho que elas fazem há muitos anos em suas viagens. Piccin tem por preferência se hospedar nas áreas históricas das cidades para vivenciar de perto o que aconteceu e acontece naquele espaço. Rocha Pitta tem sempre a curiosidade de conhecer os personagens locais e suas histórias.
Para Márcia Piccin, que é professora da Odontologia da PUC-Campinas, e Regina Rocha Pitta, que é graduada em Jornalismo pela mesma universidade, ter a oportunidade de expor em uma instituição educacional é muito importante pelo viés que a exposição tem. “Estamos muito felizes de poder apresentar nossa pesquisa na PUC, é muito significativo para nós e mais ainda em razão de acreditarmos que o conteúdo deve ser de interesse dos estudantes das faculdades de arquitetura, história e artes visuais”, afirmam as artistas.
Com a visão de cidadãs e de turistas, Piccin e Rocha Pitta concordam ao dizerem que no Brasil há uma dificuldade visível em manter patrimônios históricos que perpassa por recursos financeiros e pela educação. “A área cultural exige uma manutenção regular para a preservação do patrimônio cultural, que engloba o patrimônio material e imaterial. “Os governos em suas várias instâncias precisam encontrar uma saída para que não se percam mais museus incendiados, como ocorreu no passado. Além disso, é preciso ter ações que incentivem a preservação dos espaços públicos e históricos, o que poderia ser feito a partir das escolas para a formação de cidadãos conscientes de que vivem em uma comunidade”, apontam as artistas. Um exemplo que mostra o que dizem é a cena descrita por Rocha Pitta dia desses na Praça Bento Quirino. Adultos invadiram o monumento túmulo de Carlos Gomes para sentar-se nos degraus, beber e conversar, como se ali fosse a extensão do bar.
Serviço
Abertura da exposição: “Imagens da Campinas de 1880 até os dias atuais”
Dia: 8 de abril de 2024 – segunda-feira
Horário: 7h30
Local: Biblioteca (Campus I, Unidade 2)
Visitação: de 8 a 30 de abril de 2024, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 22h45 e aos sábados, das 8h às 17h.