Centro Afro abre exposição de acervo de Babá Toloji
Cerimônia contou com autoridades e apresentou 47 peças do Instituto Cultural Babá Toloji, que ficarão expostas até dia 5 de setembro
O Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros Dra. Nicéa Quintino Amauro (CEAAB) da PUC-Campinas, abriu ontem, como parte das ações de celebração de um ano de sua criação, a exposição “Esculturas Africanas – A Essência da Tradição e Criatividade”. A noite de abertura teve muita emoção, música e celebração.
O evento contou com a presença do Reitor da Universidade, Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior; do Vice-Reitor, Prof. Dr. Pe. José Benedito de Almeida David; da Diretora da Faculdade de Educação da Universidade, Profa. Dra. Eliete Aparecida de Godoy; da Coordenadora do Centro de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros Dra. Nicéa Quintino Amauro, Profa. Dra. Waleska Miguel Batista; do Coordenador do Centro Interdisciplinar de Atenção à Comunidade Interna, Prof. Me. José Donizeti de Souza; da Presidente da Associação dos Religiosos de Matriz Africana de Campinas e Região (ARMAC) e Membro do Centro de Estudos, Comendadora Edna Almeida Lourenço; de Luis Fernando Pompeu dos Santos, que representou o pai dele, Prof. Natanael dos Santos, responsável pelo Texto Curatorial da Exposição; e por Luiz Antônio Castro de Jesus, o Babá Toloji. Estiveram presentes também autoridades, representantes de movimentos negros, religiosos, decanos, diretores, professores e estudantes da PUC-Campinas.
Na parte inicial da cerimônia, as atividades aconteceram no piso superior do Mescla, onde foram apresentados o novo Grupo de Estudos Cosmovisão e Tradição dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, e, logo em seguida, um vídeo sobre Matrizes Africanas.
Depois, os presentes foram convidados a se dirigirem até o Centro para a abertura da exposição. No caminho até o local, o grupo foi acompanhado de muita música e celebração. Em frente ao Centro, foi descerrada a fita inaugural e assinado um acordo de cooperação entre a PUC-Campinas e o Instituto Cultural Babá Toloji, que representa um compromisso contínuo das instituições para promover ações conjuntas, em benefício da comunidade acadêmica e cultural.
O Reitor da PUC-Campinas celebrou o momento e acenou para ampliação das ações do Centro, reforçando a importância do espaço, que celebra um ano de atividades. “Estamos comemorando um ano de existência do Centro de Cultura Africana e Afro-Brasileira Dra. Nicéa Quintino Amauro e, neste período, pudemos, juntos, construir muito: a promoção da cultura africana e afro-brasileira, a disseminação de uma cultura antirracismo e a promoção de cursos formativos, que estamos fornecendo para a sociedade, em construção com a comunidade negra de Campinas. Tudo isso reflete de uma forma positiva para a formação dos nossos estudantes, docentes, corpo técnico-administrativo e também para toda a sociedade”, comentou o Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior.
A coordenadora do Centro ressaltou a importância da exposição na Universidade, “A inauguração da exposição dessas peças aqui na Universidade representa um ganho para a comunidade acadêmica. Além de ser uma das poucas instituições com uma unidade administrativa para combater o racismo, toda essa estrutura representa a valorização dos saberes e da intelectualidade do povo negro”, comentou a Profa. Dra. Waleska Miguel Batista.
A Comendadora Edna, que também está à frente das ações do Centro, celebrou as muitas conquistas desse primeiro ano. “A importância dessa celebração é o compromisso que a PUC-Campinas tem, na pessoa do professor Germano, que abraçou essa luta nossa do combate ao racismo, de inclusão de negros e negras e de mostrar a beleza, a riqueza, a estratégia e a sabedoria do povo negro. O Centro representa um grande marco. Começamos com palestras e fomos crescendo. Ganhamos o Centro de Estudos e, agora, construímos um trabalho brilhante, comprometido com a pauta, trabalhando com docentes e profissionais da Universidade, pautando igualdade de direitos e de oportunidades para todos”, afirmou.
A exposição
Com curadoria do Museu Universitário da PUC-Campinas, a exibição celebrará a rica herança cultural e a extraordinária habilidade artística dos povos africanos em 47 peças vindas de vários países do continente. Os exemplares pertencem ao Instituto Cultural Babá Toloji, localizado aqui em Campinas, e que contém o maior acervo de peças africanas da América Latina, com um total de cerca de 11.500 unidades.
Com entrada gratuita, a mostra, que acontece no próprio Centro Afro, localizado no Campus I da Universidade, ficará aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 21h.
Sobre as obras
A variedade de esculturas exibidas ilustra a diversidade de estilos, técnicas e significados presentes em toda a África e o público poderá encontrar uma vasta gama de formas que vão desde figuras humanas e animais até representações abstratas, feitas de materiais como madeira, pedra e bronze, que abrangem desde as elegantes figuras alongadas dos povos dogon até as poderosas formas antropomórficas das culturas fang e bakongo.
Estas estarão organizadas em três eixos temáticos que exploram diferentes aspectos da escultura africana, sendo eles, a “Galeria dos Ancestrais”, onde as peças representam figuras de reverência e proteção; “Deuses e Espíritos”, que destaca a iconografia religiosa e espiritual; e “A Vida Cotidiana”, que ilustra cenas e figuras do dia a dia africano.