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Com nova turma, PUC-Campinas, CEASA e ISA lançam 2ª edição do Projeto Cozinha Escola

Iniciativa tem por objetivo capacitar mulheres em situação de vulnerabilidade

A PUC-Campinas, a CEASA (Centrais de Abastecimento de Campinas) e o ISA (Instituto de Solidariedade para Programas de Alimentação) lançaram, na última quinta-feira, 12 de setembro, no Hub Gastronômico da Universidade, a 2ª edição do Projeto Cozinha Escola. A cerimônia contou com a presença da nova turma de alunas, cheias de esperança com o início dos estudos.

O projeto foi um sucesso no ano passado e transformou a vida de 20 mulheres do Parque Shalon, em Campinas, que puderam compartilhar o conhecimento e capacitar outras pessoas na comunidade onde vivem.

Estiveram presentes no evento o Reitor da Universidade, Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior; o Vice-Reitor, Prof. Dr. Pe. José Benedito de Almeida David; o presidente da CEASA, Valter Aparecido Greve; o diretor administrativo e financeiro da CEASA, José Guilherme Lobo; o presidente do ISA, Ronaldo Rodrigues Vale; a Gerente do ISA, Maria Carolina Loureiro Becaro; a diretora do Hub Gastronômico da PUC-Campinas, Andreia Pimentel; além de Pró-Reitores, professores, representantes das instituições, estudantes da gastronomia e alunas participantes do projeto.

O Reitor da Universidade fez questão de ressaltar a importância de iniciativas como essa, que caminham na direção da missão da Universidade. “A PUC-Campinas realiza com esse projeto a sua missão e também um dos seus propósitos maiores que é o de formar pessoas que possam enfrentar os desafios do dia a dia na sociedade. O projeto promove o encontro de professores do curso de Gastronomia, das estudantes que virão participar e também a CEASA e o ISA, que têm propósitos comuns com a Universidade, de proporcionar a essas pessoas uma formação específica, que certamente lhes dará condições de buscar alternativas para vencer os desafios cotidianos”, disse o Prof. Dr. Germano Rigacci Júnior.

O presidente da CEASA relembrou o sucesso do ano passado e se disse feliz por poder ajudar mulheres em situação de vulnerabilidade. “É um projeto que nos enche de orgulho, porque atinge a periferia e, com isso, alcança as pessoas que mais precisam. É um momento que se oferece uma nova oportunidade dessas pessoas desenvolverem uma profissão. No curso anterior, ficamos emocionados com as mulheres que participaram e o com o fruto que o projeto deu”, comentou.

Ronaldo Rodrigues Vale, presidente do Isa, reforçou o fato de o programa trazer uma saída para muitas famílias. “Estamos na segunda turma do projeto e isso para a comunidade é um ganho imenso, porque vai trazer conhecimento para essas pessoas, que vão poder compartilhar o aprendizado com muitas outras. É um ganho social para todos”, disse.

Para a diretora do Hub Gastronômico, trata-se de um momento de esperança na vida de muitas mulheres. “É a segunda edição do projeto, que já é um sucesso. Esse trabalho é sobre esperança. É uma oportunidade para todas elas, porque além de elas aprenderem, traz a possibilidade de uma fonte de renda e a esperança de uma vida melhor. Estamos muito felizes. A comunidade das mulheres que participaram no ano passado tem hoje uma cozinha comunitária onde elas ensinam para outras. Ou seja, o projeto impactou uma comunidade inteira”, lembra Andreia Pimentel.

A professora Maria Ângela Severino, que dará o curso para as mulheres, está ansiosa para uma nova oportunidade de mudar a vida de pessoas. “Esse é um projeto maravilhoso. Trata-se de uma disciplina do curso de gastronomia. Elas vêm ao Hub, para um novo ambiente, e gostam muito. Isso é muito gratificante. As meninas que participaram no ano passado trabalham hoje com o que nós ensinamos. No ano passado, os alunos nossos da gastronomia montaram apostilas, participaram das aulas, foi um processo muito gostoso. Espero que esse ano também tenhamos um resultado muito bom”, comentou.

Dulce Helena dos Reis Anastácio, uma das mulheres que terão a oportunidade de aprender um ofício nesse projeto, se disse bastante feliz em ter essa grande oportunidade. “Eu estou muito feliz, a perspectiva é grande. É uma oportunidade de poder ter um trabalho. Quando sair daqui já vou exercer esse trabalho. E também vai ser importante a convivência com as pessoas aqui e depois poder levar esse aprendizado para outras pessoas na comunidade”, explicou.

Como funciona o projeto

O Projeto Cozinha Escola da PUC-Campinas tem como missão capacitar mulheres em situação de vulnerabilidade para o empreendedorismo social por meio de formação especializada em panificação e confeitaria, visando a geração de renda.

Essa parceria estratégica se traduz na oferta do curso nas instalações do Hub Gastronômico da Universidade PUC, que também disponibiliza docentes e alunos do curso como monitores. A CEASA contribui com transporte, insumos e uniformes, enquanto o ISA, que atende aproximadamente 270 mil pessoas anualmente, assume a curadoria da ONG e da comunidade atendida, além de acompanhar o progresso das participantes durante o curso.

A segunda edição do projeto foi direcionada à população de mulheres em situação de vulnerabilidade atendidas pelo banco de alimentos de Campinas e ISA na região de Campinas.

A Faculdade de Gastronomia desenvolveu cursos de capacitação que oferecem suporte teórico e prático ministrado por professores e alunos da PUC-Campinas. Esses cursos abrangem áreas como panificação, confeitaria básica e o aproveitamento integral de alimentos, visando as famílias assistidas pelo programa.

A escolha de focar na capacitação em panificação está diretamente relacionada à possibilidade de geração de renda para as alunas. Isso leva em consideração a acessibilidade aos insumos necessários e o nível de investimento requerido para se tornar um empreendedor social. Por meio do conhecimento adquirido durante o curso, as participantes têm a oportunidade de produzir em suas próprias residências, o que gera renda e melhores perspectivas para suas famílias, permitindo-lhes vender doces e pães com os recursos disponíveis, melhorando assim suas condições de vida.

Sucesso na 1ª edição

No ano passado, durante três meses, as mulheres do Parque Shalon tiveram a oportunidade de participar da capacitação. Ao final, toda a proposta foi cumprida. Depois de muito estudo, muitas delas já saíram com o planejamento para conseguir uma renda com os produtos que aprenderam a fazer no curso. Além disso, uma cozinha comunitária foi montada no bairro para que elas pudessem compartilhar o conhecimento e multiplicar as oportunidades de geração de renda e sustento de muitas famílias.

Fome no Brasil

Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), divulgado no ano passado, o Brasil tem 21 milhões de pessoas sem ter o que comer todos os dias e 70,3 milhões em situação de insegurança alimentar. O relatório mostra que no ano passado, o Brasil tinha 10 milhões de pessoas desnutridas.



Carlos Giacomeli
13 de setembro de 2024