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Coordenador de Educação da Capes fala sobre avaliação em PPG de Educação

Em palestra foram abordados temas importantes para melhoria da qualidade da pesquisa

O Prof. Dr. Ângelo Ricardo de Souza, Coordenador da área de Educação da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), participou do evento Encontros Sobre Educação, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC-Campinas no dia 14 de março. Ele falou para professores e integrantes do programa sobre avaliação e novos rumos dos Programas de Pós-Graduação no Brasil.

Formado em Educação Física pela PUC-Paraná, ele tem mestrado e doutorado em Educação: História, Política e Sociedade pela PUC-SP; realizou estágio pós-doutoral na University of Bristol (Inglaterra) e estágio sênior de pesquisa na Università degli Studi di Trento (Itália); e é professor titular da Universidade Federal do Paraná, onde atua no Núcleo de Políticas Educacionais e no Programa de Pós-Graduação em Educação.

Em sua palestra, falou sobre sua experiência e os pontos mais importantes nas avaliações feitas junto aos 197 programas de pós-graduação em Educação em atividade no país, detalhando como elas são realizadas, quais são as características mais relevantes para os avaliadores e os objetivos da Capes na busca de melhoria da qualidade das pesquisas.

Entre as principais características dos melhores programas do país, ele destacou a aplicação de bons programas de autoavaliação. “Quando bem-feita, a autoavaliação está trazendo ótimos resultados aos programas, pois o processo de escuta e de diálogo é essencial para o aprimoramento da qualidade”, disse. Ele destacou a importância de expandir essa avaliação entendendo, também, como a sociedade está percebendo a aplicação das pesquisas dos egressos junto aos programas na área de educação.

Ele abordou outros temas como o Ensino a Distância e o chamado Ensino Híbrido. Um assunto de destaque foi a popularização da ciência e a transferência de conhecimento para a comunidade externa. “Os pesquisadores precisam dialogar mais com a sociedade, utilizando todos os meios de comunicação, pois estamos em uma disputa de espaço para reforçar o papel da ciência, da pesquisa e da educação. Ou nos esforçamos mais na comunicação ou podemos ver crescer o movimento de desprezo pela ciência que ocorreu recentemente e, de forma mais visível, durante a pandemia”, disse.

Outro ponto importante foi a internacionalização dos programas, que, na opinião dele, deve começar desde o início do processo de pesquisa, nas revisões bibliográficas dos mestrandos e doutorandos, até chegar às produções e publicações conjuntas com pesquisadores de outros países.

A barreira da língua é um problema que deve ser enfrentado com urgência na opinião dele, mas destaca que a busca por parcerias e intercâmbios com instituições de ensino de países de língua portuguesa e espanhola na América Latina, África e Europa podem ser uma forma de trazer melhores resultados a curto prazo, pela facilidade de comunicação.

“Temos, na área de educação, quase 200 PPGs que são avaliados pela coordenação que eu dirijo na Capes, e um papel muito importante é contribuir para formação dos docentes, discentes e técnicos sobre o funcionamento do sistema nacional de avaliação. Não porque devemos fazer programas baseados na avaliação, mas porque ela é um dispositivo fundamental para a melhoria de qualidade dos programas. Eu e dois coordenadores-adjuntos já visitamos mais de 100 PPGs no país, conhecendo e escutando as pessoas, vendo como funciona e trazendo informações técnicas, dados e tendências. Me sinto um felizardo de poder fazer esse diálogo com os participantes desses programas e ter a chance de ocupar esse lugar, aprendendo tanto e dando devolutivas sobre nosso trabalho nas universidades, como a PUC-Campinas”, disse o coordenador.

“Esse encontro foi uma oportunidade muito rica de aproximação com a área de avaliação, a área da educação da Capes, na figura do professor Ângelo. Ele compartilhou ideias e modos de pensar a avaliação, e sua visita foi uma maneira de nos fazer conhecer, para que ele conheça o programa, conheça como nós funcionamos. É uma aproximação que, de fato, gerou uma compreensão cada vez mais apurada sobre o processo avaliativo, que mobiliza muitas reflexões e efetiva possibilidades sobre o podemos ter para dar mais visibilidade sobre o trabalho realizado no programa de pós-graduação e educação, as pesquisas que são realizadas, as formas de registrar o que fazemos, formas mais articuladas sobre as condições de pesquisa e de formação que o programa tem investido tanto”, disse Cristina Tassoni, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC-Campinas.

A Coordenadora afirma que o encontro também foi importante para os alunos, para que eles compreendam esse processo avaliativo e o compromisso deles também nesse processo, “Eles conseguiram se ver parte do processo de avaliação dos programas que é feita pela Capes. Os comentários dos alunos foram muito interessantes, não só mestrandos e doutorandos, mas também os orientandos de iniciação científica que vão ficando muito mais envolvidos com a pesquisa”, disse.



Marcelo Andriotti
18 de março de 2024