Os anos 1940 se iniciaram já como um período marcante para toda a humanidade, devido, sobretudo à Segunda Guerra Mundial. Politicamente o mundo vivenciou muitos momentos de assombro e incertezas, e isso se refletiu nos demais âmbitos da vida. Num mundo entre ondas de Estados autoritários e Estados de bem-estar social (welfare state), sob os olhos auspiciosos de desenvolvimento econômico, nos deparamos com a beleza e a dor da guerra, de uma infinidade de novidades em produtos industrializados, próprios de uma cultura pautada no consumo inspirada no american way of life, às mortes horrendas.
Como herança de um período de grande movimentação ganhamos a pequena notável Carmem Miranda, que se consagrou um marco cultural do período no Brasil e no mundo através de sua arte. Sua aparição cantando Brazil tornou-se um dos símbolos da política de boa vizinhança junto também da personagem de Zé Carioca, de Walt Disney. Em contrapartida a exaltação do nacionalismo tivemos a obra fundamental de Charles Chaplin com o seu “O grande ditador” no cinema e Ernest Hemingway com “Por quem o sinos dobram” na literatura, ambos como forma de denunciar a guerra e os totalitarismos.
Os últimos anos da década foram marcados por intensa denúncia das atrocidades da guerra, nesse sentido foi fundada a Organização das Nações Unidas e proclamada a Declaração dos Direitos Humanos com a finalidade de promover a paz entre as nações e amenizar as desigualdades sociais. Um dos atos mais marcantes e polêmicos de sua atuação foi a criação do Estado de Israel com a divisão do então território Palestino entre árabes e judeus.
No ano de 1940 deveria ocorrer a Olímpiada em Tóquio, transferida para Helsinque, e em 1944 em Londres, mas ambas foram canceladas devido ao estado de guerra mundial. No ano de 1948, foram realizadas as Olímpiadas em Londres como uma forma de confraternização dos esforços de guerra dos países Aliados, que lutaram contra o nazi fascismo.
A década de 1940 também pode ser considerada um marco na emancipação feminina, pois foi nesse período, no devir da guerra, que muitas mulheres tiveram sua atuação profissional ampliada, das indústrias aos escritórios, e também a moda evidencia isso, dos looks discretos e militarizados ao new look de Dior que liberou certa sensualidade às mulheres.