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Estudantes de Arquitetura apresentam espaço instagramável em evento na Estação Cultura

Local temático foi muito utilizado pelos visitantes do Festival da Lua para a realização de fotos

Uma dupla de estudantes da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Campinas concebeu e apresentou, nos dias 14 e 15 de setembro, durante o Festival da Lua, realizado na Estação Cultura, na região central de Campinas, um espaço instagramável, com temática chinesa, que remeteu às origens da celebração. O ponto foi muito utilizado pelos visitantes da festa para a realização de fotos. O evento fez parte da 8ª edição do CPFL Intercâmbio Brasil-China.

O projeto original, desenvolvido pelos alunos Laura Capaldi Arruda e Pedro Maia Vilela, respectivamente dos sexto e quinto períodos, foi escolhido o vencedor em um concurso aberto a todos os estudantes da Escola de Arquitetura, Artes e Design (EAAD) da Universidade.

A decisão se deu por uma banca julgadora especializada, composta pelas professoras Dra. Ana Paula Giardini Pedro Trevisan, diretora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo; Dra. Kelly de Souza Ferreira, diretora da Faculdade de Relações Internacionais; além de quatro integrantes da equipe de organização do Festival. O resultado final contou com o aval de representantes da CPFL.

Da esquerda para a direita, os estudantes Pedro Maia Vilela e Laura Capaldi Arruda e as professoras Dra. Ana Paula Giardini Pedro Trevisan e Dra. Kelly de Souza Ferreira posam em frente à arte que identifica os alunos de Arquitetura e Urbanismo como vencedores do concurso que definiu o espaço instagramável a ser instalado no evento.

Os dois vencedores receberam um certificado; tiveram os seus nomes divulgados nas plataformas sociais, tanto do Festival da Lua, quanto da PUC-Campinas; concederam uma entrevista à organização do evento falando sobre a proposta; e receberam um voucher para consumo na Praça de Alimentação em ambos os dias de participação.

Projeto original
A ideia primária do projeto foi a de apresentar, em primeiro plano, o “portão da Lua”, marcando a entrada do espaço, que contaria com dois desenhos do tradicional bolo lunar ou bolo da Lua (doce geralmente preparado com flor de lótus ou feijão vermelho, comumente consumido durante o Festival), um de cada lado do portão.

A partir daí os visitantes poderiam observar a presença de várias lanternas seguradas por fios brilhantes de poliamida (nylon), que chamavam a atenção para o segundo plano da obra que conteria a Lua (também brilhante em virtude da presença de fios de lâmpada LED que a circundariam), coberta por nuvens em um céu azul escuro. Uma dessas nuvens carregaria junto a si um coelho de jade.

O projeto ainda contaria com galhos de ameixeira em flor, em uma tonalidade avermelhada, saindo de um lago feito de um material artificial contendo flores de lótus construídas com papéis brilhantes. Ao final, uma ponte em estilo chinês levaria o espectador até a Lua para que a foto fosse tirada.

No entanto, de acordo com Laura, a proposta original extrapolou a verba previamente estipulada de 3 mil reais e, por conta disso, muitos desses elementos foram adaptados ou substituídos para que o espaço fosse adequado ao estabelecido nas regras da competição e pudesse ser apresentado.

Pedro, por sua vez, ressalta que muito do que foi planejado não ocorreu, em grande parte, por conta do prazo “apertado” e que o teto orçamentário colocado pelo concurso só restringiu o emprego de um único elemento na obra: a ponte, que foi trocada por um piso. Todo o restante do projeto, no entanto, foi readaptado dentro do orçamento, porém, a falta de tempo fez com que nem tudo aquilo que foi anunciado durante o concurso, fosse, de fato, implementado.

A Lua como protagonista
Neste ano, a protagonista visual do Festival foi a própria Lua. Além de contar a história da lenda por trás da celebração (leia a história ao final do texto), foi sugerido que os trabalhos aludissem ao programa espacial chinês, que nos últimos anos fez diversos pousos na Lua e que, em 2030, tem programada uma missão espacial tripulada para ser o segundo país do mundo a ter um cidadão seu pisando em solo lunar.

O Festival da Lua, realizado nos dias 14 e 15 de setembro, na Estação Cultura, na região central de Campinas, foi inspirado em uma popular celebração chinesa que comemora a abundância na agricultura e a união da família há mais de três mil anos. O evento fez parte da 8ª edição do CPFL Intercâmbio Brasil-China.

Por isso, um coelho de jade, também conhecido como coelho lunar, foi incorporado ao painel da obra por sobre uma nuvem em um uniforme de taikonauta (termo que faz alusão aos viajantes espaciais chineses).

Objetivos da criação
Laura explica ainda que a ideia da criação do espaço instagramável surgiu, por parte da organização do Festival da Lua, primeiramente para divulgar os patrocinadores, mas também para que os visitantes do evento pudessem tirar fotos em um lugar atraente. A ideia, segundo ela, era facilitar a divulgação do evento em plataformas digitais e acabar chamando mais pessoas para uma próxima edição.

A obra da dupla, ao ser construída, teve de ser idealizada seguindo as seguintes especificações: de 2 a 4 metros de largura; de 2 a 3,5 metros de altura; e de 1,5 a 2 metros de profundidade. Ao final, ela foi colocada ao lado da Praça de Alimentação do Festival, perto das mesas, “onde havia maior concentração de pessoas”, segundo Laura. Quanto aos materiais a serem utilizados, não houve nenhum tipo de especificação, “mas deveriam ser de fácil manejo e construção, além de serem fáceis de transportar pela própria natureza do projeto”, esclarece a estudante.

Pedro, por sua vez, disse ter feito, junto de Laura, uma pesquisa ampla sobre a cultura e as tradições chinesas antes de desenvolverem o espaço instagramável. Ao final, segundo ele, foi de grande importância para ambos ver a sua finalização e exposição, “não só pela emoção de desenvolver um projeto autoral pela primeira vez, mas também pela oportunidade criativa e executiva que o concurso nos gerou. Também nos proporcionou muita felicidade ver o público usufruir desse projeto que antes estava escondido atrás de uma caneta e um papel e que pôde ser materializado”.

Sobre a presença do público, ele diz não ter um número exato de quantas pessoas passaram pelo espaço durante os dois dias do Festival, mas que “se formaram filas e filas para a utilização do local e isso foi muito significativo para nós porque mostrou que muita gente gostou e aproveitou a nossa obra”.

Primeiro projeto realizado
O espaço instagramável foi, de fato, o primeiro projeto desenvolvido pela dupla e que se consolidou fisicamente. “Para nós, isso foi extremamente importante e muito emocionante, afinal, pudemos adquirir a experiência de ter a demanda de um cliente real, realizando um projeto com base nisso. Mesmo com os cortes no orçamento, foi incrível ter a possibilidade de ver as pessoas passando pelo espaço, tirando fotos e aproveitando-o. É algo que, com certeza, já nos ajudou na preparação para futuras demandas de clientes, além de nos mostrar como é, de fato, participar de um concurso, algo que para a área de Arquitetura e Urbanismo é muitíssimo importante”, destaca Laura.

Participação no evento
A Profa. Dra. Kelly de Souza Ferreira, diretora da Faculdade de Relações Internacionais, explica que “a Associação Shaolin Chan, promotora do Festival da Lua, foi quem me colocou em contato com a equipe de organização do Festival da Lua na CPFL, uma vez que o evento faz parte da 8ª edição do CPFL Intercâmbio Brasil-China, e ao conversarmos sobre como poderia ser a participação da PUC-Campinas no evento, nós decidimos que seria um espaço instagramável. Dado isso, eu convidei a professora Ana Paula, diretora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, para montarmos o concurso que escolheria o trabalho a ser exposto e que foi aberto à participação de todos os alunos da Escola de Arquitetura, Artes e Design (EAAD).

De acordo com Laura, a ideia da criação do espaço instagramável surgiu por parte da organização do Festival da Lua, primeiramente para divulgar os patrocinadores, mas também para que os visitantes do evento pudessem tirar fotos em um lugar atraente.

Sobre a importância de se expor um trabalho em um evento como o Festival da Lua, Kelly diz que a exposição é uma parte do processo, mas que também é muito importante “o conceito de formação completa proposto pela PUC-Campinas, uma vez que os alunos precisam, como no caso em questão, lidar com aspectos reais de um projeto pedido por um cliente, como realizar a montagem deste, fazer as adaptações necessárias ao produto ou serviço e atender as preferências de quem contratou o trabalho”.

Para a Profa. Dra. Ana Paula Giardini Pedro Trevisan, diretora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, o que pode ser tirado de mais importante de toda essa experiência é “a atuação prática de ambos os estudantes e o contato que eles tiveram com as exigências do mundo real, ao realizarem as adaptações necessárias para que o projeto se transformasse em um trabalho concretizado, passando por demandas de execução, como o orçamento, os materiais e o cronograma, e pela montagem deste a fim de que pudesse ser utilizado pelo público do Festival”.

Sobre o Festival da Lua
O Festival da Lua, que também é conhecido como Festival de Meio do Outono, é uma celebração popular na Ásia e comemora a abundância na agricultura e a união da família. A data festiva é celebrada há mais de três mil anos, desde a Dinastia Shang, e acontece no 15º dia do 8º mês lunar do calendário chinês, que coincide com o equinócio de outono do calendário solar. Esse é o momento ideal, quando a Lua está cheia e em seu maior esplendor, para comemorar a colheita do verão. Atualmente, a data é um feriado nacional na China, onde as pessoas passam o dia com a família, fazem preces para a boa sorte e trocam bolinhos da Lua como presentes.

A lenda que originou a celebração
A história que deu início ao Festival da Lua conta que um herói chamado Hou Yi, que era excelente no tiro com arco, em um determinado ano, quando dez sóis nasceram juntos no céu, causando um grande desastre, com suas flechas, derrubou nove dos sóis e deixou apenas um para fornecer a luz necessária a todos.

Ao ver isso, um imortal admirou Yi e enviou-lhe o elixir da imortalidade. Yi, no entanto, não queria deixar Chang’e, sua esposa, para trás e ser imortal sem a presença dela. Dado isso, o arqueiro entregou o elixir a Chang’e para que ela o protegesse. Peng Meng, um dos aprendizes de Yi, que conhecia esse segredo, em um dia 15 de agosto do calendário lunisolar chinês, quando o seu mestre foi caçar, invadiu a sua casa e forçou Chang’e a dar-lhe o elixir. Chang’e recusou-se a fazê-lo. Em vez disso, ela o bebeu e voou para o céu. Como amava o marido e esperava morar perto dele, ela escolheu a Lua como residência.

Quando Yi voltou da caçada e soube o que havia acontecido, ficou tão triste que levou para o seu quintal as frutas e bolos que Chang’e gostava e fez oferendas em nome dela. Outras pessoas, ao acompanharem essas oferendas, e por gostarem muito de Chang’e, passaram a sempre realizá-las ao lado de Yi, dando início à tradição.



Daniel Bertagnoli
26 de setembro de 2024