Estudo no mestrado em Sustentabilidade mostra situação preocupante de municípios da RMC
Foram levantados 34 indicadores para avaliar o nível de sustentabilidade econômica na região
Um estudo realizado no Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade da PUC-Campinas levantou índices de sustentabilidade econômica dos 20 municípios da Região Metropolitana de Campinas, que mostraram resultados preocupantes. Apenas Campinas atingiu o nível aceitável, enquanto todos os outros estão em situação de alerta, ruim ou crítica.
Conduzido por Celso Fabrício Correia de Souza, mestrando em Sustentabilidade na Universidade, junto com os pesquisadores Josué Mastrodi Neto, Celso Correia de Souza, Daniel Massen Frainer, o estudo foi publicado como artigo na Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional.
Para chegar a esses resultados, eles levantaram um conjunto de 34 indicadores. Foram levantados dados relacionados a setores diversos de interesse da sociedade, como emprego, investimentos, distribuição de renda, meio ambiente e outros. “No Mestrado em Sustentabilidade na PUC, meu orientador, o prof. Josué Mastrodi Neto, mesmo tendo uma formação em Direito, é um grande entusiasta em indicadores e índices, ao passo que vislumbra grandes projetos. Ele disse que minha pesquisa seria a “semente” para a implantação de um instituto na Universidade. Desta forma, a interação foi intensa em busca de construir uma metodologia clara e objetiva a que os gestores públicos pudessem ter acesso”, disse.
O conceito de sustentabilidade econômica, aplicado ao estudo, pode ser entendido como o gerenciamento de forma eficiente dos recursos e do fluxo constante de investimentos públicos e privados. Visa ao desenvolvimento econômico de um país ou empresa por meio de práticas econômicas, financeiras e administrativas, preservando o meio ambiente e garantindo a manutenção dos recursos naturais para as futuras gerações.
Apenas o município de Campinas se coloca em uma posição “aceitável”. No nível considerado “alerta”, encontram-se a maioria dos municípios, como no caso de Paulínia, Indaiatuba e Jaguariúna. Outros municípios da RMC se situam no intervalo considerado “ruim”, ao passo que algumas economias beiram uma situação “crítica”, como no caso de Engenheiro Coelho, Morungaba e Monte Mor.
“Não existe um indicador mais importante que o outro, todos possuem o mesmo peso, a metodologia partiu de uma média aritmética simples, ou seja, sem ponderação, sem viés de mais ou menos importância. Sabemos que a população quer saber de níveis de emprego, rendimentos, investimentos privados, distribuição de renda, desta feita, todos esses indicadores foram inseridos nesta pesquisa”, disse.
Segundo Celso Fabrício, o objetivo é que o estudo também sirva de referência para a formulação e aplicação de políticas públicas de desenvolvimento metropolitano, além de possibilitar a criação de um banco de informações para subsídio em pesquisas futuras para a construção do Índice de Desenvolvimento Sustentável (IDS) da RMC. “A proposta de um índice de desenvolvimento econômico (IDE) visa a permitir condições adicionais para que gestores públicos proponham e promovam ações preventivas e corretivas, de curto, médio e longo prazos, principalmente em indicadores que necessitam de um olhar especial e de atenção, para alavancar o desempenho econômico municipal (e metropolitano) visando a atingir níveis ideais de sustentabilidade econômica”, disse.
“Pesquisas sobre outras dimensões, como a social, ambiental e institucional, foram desenvolvidas como forma de complementar o presente estudo e contribuir para uma visão mais abrangente do tema”, diz Celso Fabrício.
O estudo pode ser acessado clicando aqui.