Ex-aluna do Direito é a primeira mulher a assumir a Presidência da 3M no Brasil

Adriana Blikstein falou sobre a importância da PUC-Campinas em sua formação

A ex-aluna do Curso de Direito da PUC-Campinas Adriana Blikstein se tornou a primeira mulher a assumir a Presidência da Multinacional 3M no Brasil. Ela já ocupava o cargo de Vice-Presidente de Negócios para Consumo da América Latina desde 2020, carga que acumulará com a Presidência. Há 23 anos trabalha na empresa e, além da formação em Direito, cursou Economia e se especializou em Marketing.

Adriana falou sobre a importância da PUC-Campinas em sua formação profissional, sobre a aplicação dos conhecimentos de Direito em sua atividade administrativa e a conquista de espaço das mulheres em altos cargos de chefia no mundo corporativo e também na administração pública. Também deu dicas sobre como construir uma carreira de sucesso e como as mulheres podem superar as barreiras que encontram no mundo do trabalho.

Qual a importância da PUC-Campinas para a sua formação e a sua carreira?

A formação na PUC-Campinas foi essencial na minha carreira, principalmente pela abordagem humana, por me ajudar no desenvolvimento crítico e questionador e por me criar um senso voltado à inovação. Acredito que todos esses “soft skills”, aliados às competências técnicas de alta qualidade que a PUC-Campinas me proporcionou, foram parte importante da minha formação e do desenvolvimento da minha carreira.

Sua formação em Direito também auxiliou em atividades administrativas e corporativas?

Com certeza. Embora não tenha seguido a carreira técnica-jurídica, a carreira de negócios e a carreira executiva envolvem a tomada de decisões importantes, como decisões de investimento, contratação de pessoas, lançamento de produtos, campanhas de marketing, definição de preços, que sempre envolvem temas jurídicos, tributários, lei do consumidor, e ter essa base de conhecimento sempre me facilitou muito, embora eu sempre tenha tido o privilégio de ter o apoio de excelentes advogados especialistas nos temas.

Acredita que o fato de ser a primeira mulher a presidir a 3M no Brasil pode abrir caminhos para maior participação feminina em altos cargos de chefia em outras grandes empresas privadas e públicas?

Eu acredito que ajudará a inspirar, encorajar a quebrar barreiras tanto do lado de quem está na posição de escolher um novo líder e, ainda tem dúvidas sobre a capacidade de uma mulher, mas principalmente ajudará as mulheres a acreditarem em si mesmas.

Isso é benéfico para as empresas, uma vez que as mulheres representam uma grande parte da força de trabalho, do consumo e da decisão nos lares e nas empresas e a representação das mulheres traz diversidade e competitividade às empresas.

Por outro lado, espero que ajude às mulheres a acreditarem em sua própria capacidade e talento. Durante a minha carreira, tive a oportunidade de ser mentora de muitas mulheres talentosas, mas muitas vezes questões como o equilíbrio entre a maternidade e vida profissional, o ambiente de trabalho de mais homens que mulheres, e a sobrecarga de trabalho em alguns períodos da vida foram temas que se apresentaram como obstáculos pessoais ao crescimento.

Quais conselhos daria aos atuais estudantes da Universidade, principalmente mulheres, para que possam construir uma carreira de sucesso?

O primeiro passo é definir um plano de longo prazo pensando em onde se quer chegar na carreira e entender, a partir da experiência de quem chegou lá, quais foram competências requeridas e o caminho percorrido. Depois, entender quais são as competências técnicas e comportamentais que precisam ser desenvolvidas e criar um plano para isso. Outra coisa é gerenciar a ansiedade, preocupando-se mais com a qualidade dos resultados e experiências, do que com a rapidez da ascensão da carreira por si.

Um outro ponto importante é ter um mentor que seja transparente, que dê feedbacks que te façam crescer, apontando aquilo que você pode continuamente melhorar.

Em relação as mulheres, além desses pontos, acho que trabalhar a autoconfiança é importante e cuidar-se, sobretudo nos momentos de sobrecarga, contando com uma rede de apoio.