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Ex-alunas da PUC-Campinas recebem menção honrosa em concurso de arquitetura

Intitulado “Inventando cidades: a cidade que conhecemos e a cidade que inventamos”, projeto das egressas propõe ação do arquiteto e urbanista no ambiente escolar

Por Patricia Mariuzzo

As ex-alunas do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC-Campinas, Carolina dos Santos Chagas e Denise dos Santos, vão receber uma menção honrosa no concurso nacional CAU-EDUCA, promovido pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/BR). O concurso teve como objetivo premiar as melhores propostas, executadas ou não, de ações de valorização da Arquitetura e Urbanismo com foco nos anos iniciais de formação do cidadão, para se tornarem referências em educação sobre Arquitetura e Urbanismo nas escolas de todo o país.

A proposta das ex-alunas da PUC-Campinas, que concorreu na modalidade “Ações do arquiteto e urbanista na escola”, é intitulada “Inventando cidades: a cidade que conhecemos e a cidade que inventamos”. A proposta é uma ação de aproximação e conscientização da arquitetura e do urbanismo para crianças em seus anos iniciais de formação, que também busca engajar as crianças e seus familiares no planejamento da cidade por meio da participação do arquiteto e urbanista no ambiente escolar.

“Nossa motivação veio do desejo de contribuir para a construção de uma sociedade mais igualitária, justa e inclusiva. Além disso, acreditamos no papel fundamental do arquiteto(a) e urbanista para conduzir esse processo de transformação, através da tomada de consciência da realidade da cidade e da possibilidade de transformá-la”, afirmaram as arquitetas.

“Ainda durante a graduação em Arquitetura e Urbanismo na PUC-Campinas, participei do Projeto de Extensão ‘Comunidades Acessíveis: sensibilização para promover a inclusão’, no qual realizamos oficinas sobre mobilidade urbana com crianças na região do Parque Oziel e Jardim Monte Cristo, em Campinas. Isso me despertou para a necessidade de ultrapassar os limites da academia e aproximar a Arquitetura e Urbanismo da sociedade”, lembrou Denise.

Analfabetismo urbanístico

De acordo com as arquitetas, é muito comum que as pessoas desconheçam a dimensão da desigualdade territorial, a história da cidade, a importância de se preservar o meio ambiente, a importância de espaços acessíveis, entre outras questões. Esse desconhecimento acaba por enfraquecer a participação popular nos processos de decisão sobre a cidade, levando à construção de uma cidade que, embora seja vivida por todos, é pensada e planejada somente por alguns.

A ação idealizada pelas arquitetas baseia-se em dois eixos: “a cidade que conhecemos”, que consiste em conhecer a cidade como ela está e prevê a aplicação de questionários a serem respondidos pela família das crianças. No segundo eixo, “a cidade que inventamos”, as crianças são estimuladas a fazerem propostas de uma nova realidade de cidade. Nesta etapa a ideia é organizar oficinas com as crianças, conduzidas por um arquiteto e urbanista. Entre os temas das oficinas estão habitação, meio ambiente, mobilidade e patrimônio. “O objetivo das oficinas é sensibilizar as crianças sobre esses temas. No caso da habitação, por exemplo, a ideia é conscientizá-las sobre a importância da moradia, sobre a diversidade de núcleos familiares e as diferentes necessidades habitacionais”, explicaram as arquitetas.

Ainda segundo elas, as oficinas foram concebidas considerando as propostas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e buscando engajar os professores de várias disciplinas. “Acreditamos que a partir do momento em que a criança passa a conhecer a cidade em que ela vive, ela será sensibilizada para os problemas existentes e as distintas necessidades de seus habitantes. Espera-se que ela desenvolva um olhar crítico e que seja capaz de refletir se a cidade em que vive hoje é a cidade que deseja viver no futuro. O resultado esperado desse processo é o empoderamento da criança para atuar na transformação da sociedade em que vive”, apontam Carolina e Denise.

Para elas, a reflexão desenvolvida ao longo da ação permitirá o fortalecimento de uma consciência urbana e ambiental e a formação de cidadãos mais participativos, essenciais no processo de transformação das cidades em espaços mais igualitários, justos e inclusivos.

A premiação vai acontecer dentro da programação do 27º Congresso Mundial de Arquitetos (UIA 2021), no dia 19 de julho, a partir das 16h. No entanto, no dia do evento, a programação será acessível apenas para quem pagou a inscrição. O CAU irá disponibilizar a gravação da premiação no site do CAU Educa posteriormente, no painel “Palco Diálogos com a sociedade”.



Vinícius Purgato
19 de julho de 2021