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Geração de empregos na RMC se mantém positiva em abril, mas saldo é o pior do ano

Segundo análise do Observatório PUC-Campinas, novos protocolos de distanciamento social afetaram as atividades econômicas e, consequentemente, os empregos

Com saldo de 2.228 postos de trabalho em abril, a Região Metropolitana de Campinas manteve a geração positiva de empregos observada no 1º trimestre de 2021. Porém, o montante é o pior registrado neste ano. Segundo a análise do Observatório PUC-Campinas, o recuo se deve ao agravamento das condições sanitárias, que impôs medidas de distanciamento social, prejudicando as atividades econômicas e, consequentemente, a criação de novas vagas.

“As restrições de funcionamento determinadas por decretos municipais, necessárias para conter o avanço do coronavírus, infelizmente impactam intensamente as atividades de todos os setores econômicos, sobretudo as do comércio e dos serviços de alojamento e alimentação que, juntas, fecharam mais de 900 postos no período”, destaca a economista Eliane Rosandiski, responsável pelo levantamento.

Entre os empregos formais gerados em abril, 52,41% estão ligados aos serviços de comunicação, informação e atividades financeiras. Esse comportamento, segundo a professora extensionista, também pode estar atrelado aos reflexos da pandemia sobre o mercado de trabalho. “São vagas típicas para atendimento às novas estratégias das empresas para atuarem de maneira remota”, afirma Eliane.

Mesmo com o Setor de Serviços liderando a geração de postos de trabalho, a Indústria manteve tendência positiva de criação de empregos. Com 604 vagas oferecidas, os segmentos de defesa, seguridade social, administração pública, educação e saúde humana também exibiram relativo destaque no mês de abril. As atividades de alojamento e comércio, como já citado, seguem com quedas expressivas.

A maioria dos cargos foi preenchida por profissionais do sexo masculino (75%), de 18 a 24 anos (66%), concluintes do ensino médio (61%). Contudo, chamou atenção a ampliação de ocupações por empregados com ensino superior completo, que chegaram a representar aproximadamente 30% do fluxo de contratações.

Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm)

Segundo o levantamento, 31.041 mil acordos foram realizados, entre 28 de abril e 22 de maio, para a flexibilização de contratos de trabalho na RMC. Mais de 70% foram para suspensão total ou para redução de 70% da jornada. Os setores de serviços e comércio são responsáveis, juntos, por 80% desses acordos. A compensação, regulamentada pelo Benefício Emergencial, continua sendo feita pelo valor do seguro-desemprego.

“Os acordos realizados confirmam sua importância como garantidora do emprego, à despeito das perdas salariais, que comprometem principalmente a renda de profissionais com maiores remunerações”, conclui a docente extensionista.

Observatório PUC-Campinas

O Observatório PUC-Campinas, lançado no dia 12 de junho de 2018, nasceu com o propósito de atender às três atividades-fim da Universidade: a pesquisa, por meio da coleta e sistematização de dados socioeconômicos da Região Metropolitana de Campinas; o ensino, impactado pelos resultados obtidos, que são transformados em conteúdo disciplinar; e a extensão, que divide o conhecimento com a comunidade.

A plataforma, de modo simplificado, se destina à divulgação de estudos temáticos regionais e promove a discussão sobre o desenvolvimento econômico e social da RMC.  As informações, que englobam indicadores sobre renda, trabalho, emprego, setores econômicos, educação, sustentabilidade e saúde, são de interesse da comunidade acadêmica, de gestores públicos e de todos os cidadãos.



Vinícius Purgato
24 de maio de 2021