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Julho tem maior nível de exportações na região em 5 anos, mas venda de carros segue despencando

Em relação aos sete primeiros meses de 2018, queda é superior a 40%; economista do Observatório PUC-Campinas cita crise na Argentina, principal destino destes produtos

As exportações na Região Metropolitana de Campinas (RMC), que totalizaram US$ 393 milhões em julho, apresentaram o melhor resultado em cinco anos para o mês. Segundo o levantamento do Observatório PUC-Campinas, baseado na análise de dados do Ministério da Economia, houve aumento de 14,5% em relação ao mesmo período de 2018.

A exemplo de meses anteriores, as atividades em segmentos da indústria química, farmoquímica e, ainda, da agricultura, foram responsáveis pelo desempenho positivo na pauta de exportações. Houve aumento nas vendas externas de medicamentos, agroquímicos e pneus novos. Contudo, a indústria automobilística, importante na região, continua em desaquecimento. Comparadas a julho do ano passado, as exportações de veículos de passageiros caíram em 28,9%.

A redução é ainda maior quando observados os resultados para os sete primeiros meses do ano, período no qual foram vendidos US$ 150,2 milhões em carros ao exterior. Em relação a 2018, a diminuição é superior a 40%. Para o economista Paulo Oliveira, a retração deste setor – um dos carros chefe da indústria regional – está relacionada à crise econômica da Argentina, principal destino dos veículos produzidos na RMC.

Exportações em julho

Apesar dos números positivos, o estudo mostrou que a saldo comercial da região – deficitário há mais de 20 anos – segue despencando: só no mês de julho, o déficit cresceu em 9,87%. No acumulado do ano, a diferença entre as importações e exportações é de 5,2 bilhões de dólares, superando o déficit comercial do Estado de São Paulo, que foi de US$ 3,9 bilhões.

Dependentes de componentes produzidos no exterior, as empresas regionais importaram mais de R$ 1,3 bilhão em mercadorias no mês de julho, montante 11,2% maior em relação ao mesmo período de 2018. Destaca-se o expressivo crescimento das compras de fungicidas, herbicidas e similares, além de heterocíclicos de nitrogênio e ácido nucleico.

Entre as cidades que mais exportam na RMC, Sumaré e Indaiatuba, onde grandes produtores de materiais de transporte atuam, se destacam pelos menores impactos causados no agravamento do déficit da balança comercial regional. Por outro lado, as empresas localizadas em Hortolândia e Jaguariúna apresentam alto volume de exportação e baixo desempenho nas exportações.

Embora com valores menores, os únicos municípios com saldos positivos são Cosmópolis, Santo Antônio de Posse, Pedreira e Engenheiro Coelho.

Observatório PUC-Campinas

O Observatório PUC-Campinas é responsável pelo monitoramento de dados socioeconômicos da Região Metropolitana de Campinas (RMC) e está, atualmente, amparado em quatro eixos temáticos: Atividade Econômica/Comércio Internacional; Emprego/Renda; Sustentabilidade/ Desafios do Milênio; e Indicadores Sociais. Os estudos se estruturam na seleção de indicadores e análise sistêmica de dados que podem ser usados em diversos setores da sociedade.



Vinícius Purgato
8 de agosto de 2019