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Mesa-Redonda traz visão macro sobre mudanças climáticas no Dia Mundial da Água

Professores e pesquisadores trouxeram ao público um raio-x do problema ambiental no país e a importância de medidas urgentes de preservação

A mesa-redonda “Mudanças Climáticas e os Desafios para a Gestão Municipal”, realizada na manhã desta quarta-feira (20) – Dia Mundial da Água – no Mescla, na PUC-Campinas, apresentou ao público um verdadeiro raio-x do cenário ambiental do país. Professores e especialistas trouxeram diferentes aspectos da problemática, com foco em temas muito importantes, como os recursos hídricos, a necessidade de medidas governamentais para gestão das florestas urbanas, a importância de se investir em uma postura sustentável para evitar o agravamento do aquecimento global, entre outros assuntos.

O evento foi promovido pela Escola de Economia e Negócios (EcoN) através do Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade, em colaboração com a Liga de Recursos Hídricos da EcoN e contou também com a presença do Decano da Escola de Economia e Negócios (EcoN) Prof. Me. Eduardo Frare, professores e alunos.

A Profa. Dra. Bruna Ângela Branchi, Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade – Mestrado, iniciou a agenda com a apresentação dos convidados. O comando da mesa redonda ficou a cargo do Prof. Dr. Ernesto Paulella, docente da Escola de Economia e Negócios e atual Secretário de Serviços Públicos da Prefeitura de Campinas, que abriu o evento já anunciando a preocupação pelos acidentes relacionados às chuvas em Campinas. “Esse é um tema muito importante. Nos preocupou muito essa questão. As fortes chuvas fizeram que nós perdêssemos pontes. Nós tivemos a queda de 400 árvores e ainda registramos, infelizmente, duas mortes”, lembrou.

O primeiro a ter a palavra foi o Prof. Dr. Duarcides Ferreira Mariosa, do Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade, da PUC-Campinas. Ele trouxe uma análise sobre a alteração do clima nos últimos anos e reforçou que os eventos extremos têm ocorrido com maior frequência. O professor ressaltou a importância da água e trouxe à tona dados como a redução na disponibilidade per capta do recurso e a imprevisibilidade climática, como sendo um ponto que deve se tornar cada vez mais natural nos dias atuais.

Admilson Írio Ribeiro, pesquisador da UNESP de Sorocaba, falou na sequência. Ele trouxe uma visão sobre a água como um todo. “Não existe dissociação entre água, solo, atmosfera. A mesma água está em tudo e em nós”, afirmou. Com essa análise, o pesquisador reforçou a necessidade de ações coletivas e individuais para o cuidado com os rios e a conscientização de que o mesmo rio que recebe o lixo lançado pela população é o que irá fornecer a água para que todos sobrevivam.

Marcelo Fischer Gramani, geólogo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), apresentou os impactos geológicos das mudanças climáticas. Ele mostrou números da problemática enfrentada pelos municípios. Hoje, segundo estudo, 48% das cidades não têm instrumentos para enfrentar ocorrências de desastres naturais.

Por isso, colocou como urgente que as entidades e a prefeitura dos municípios entendam os riscos e trabalhem para solucionar o problema, tentando assim evitar ou reduzir o impacto de desastres como o ocorrido em São Sebastião, onde um deslizamento de terra após chuva de mais de 600mm em um período de 10 horas destruiu várias casas e matou mais de 60 pessoas.

O último a falar foi Sérgio Brazolin, biólogo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). Ele expôs um estudo técnico e aprofundado sobre as florestas urbanas – que são as árvores que estão dentro das cidades.

Sérgio defendeu um plano integrado de preservação para melhor desempenho e conservação do clima. Ele ainda explicou sobre a importância da presença das árvores, principalmente as de grande porte, nos municípios, para garantir a saúde pública. “A árvore é filtro de poluentes, reduz doenças respiratórias. As árvores das cidades são importantes, não somente as das florestas”, reforçou.

Além disso, o biólogo trouxe gráficos e desenhos explicando como deve ser o plantio, os cuidados e também a análise das árvores para se evitar quedas ou antecipar algum acidente. Para isso, levou em conta também a condição dos ventos, falando sobre o comportamento em caso de temporais e sobre a necessidade de um plano diretor de arborização.

Depois das palestras, os participantes puderam comentar, tirar dúvidas e conversar com os especialistas sobre o assunto.

O tema tem sido pauta frequente de ações governamentais e fóruns por todo mundo. Os profissionais que são capacitados nessa área se tornam cada vez mais importantes para levar adiante as discussões e trazer novas soluções para problemas complexos. A PUC-Campinas, entendendo essa necessidade, criou o Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade – Mestrado e também a Pós-Graduação EaD – ESG – Environmental, Social and Corporate Governance. Além desses cursos específicos, a PUC-Campinas mantém projetos e disciplinas voltados para o tema da sustentabilidade em diversos cursos. Para conhecer mais, clique aqui.



Carlos Giacomeli
22 de março de 2023