Mortes e novos casos de covid-19 continuam em alta na RMC segundo Observatório PUC-Campinas
Na economia, além da retração de diversas atividades, preocupa a pressão inflacionária
Continuam em alta os registros de novos casos e de mortes causadas pela covida-19 em Campinas, na Região Metropolitana de Campinas e no Departamento Regional de Saúde (DRS). Os dados analisados pelo Observatório PUC-Campinas se referem à semana iniciada em 10 de janeiro e encerrada em 16 de janeiro de 2021. Mesmo com aumento de oferta de leitos de UTI, as internações se mantiveram em níveis preocupantes.
A média de ocupação em Campinas na semana em leitos SUS municipal foi de 87%, 96% SUS estadual (HC-Unicamp) e 78% para hospitais privados, totalizando 82% de média de ocupação no município nesta última semana.
No fim da semana passada a prefeitura de Campinas expandiu o número de leitos disponíveis no município através da contratação de leitos intensivos de hospitais privados. Ainda assim a taxa de ocupação geral desses leitos no município permaneceu acima de 80% no dia 15/01/2021, última data com divulgação dos dados.
“É interessante observar que esses números colocariam o município de Campinas na fase laranja do plano São Paulo (fase vermelha se não fossem alguns detalhes metodológicos) caso o município fosse avaliado isoladamente”, afirma o médico infectologia André Giglio Bueno.
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Nos aspectos econômicos, além da retração em quase todos os setores produtivos, os indicadores apontam para aumento da pressão inflacionária. “Preocupa o comportamento de alguns índices de inflação, resultantes dos gargalos de oferta em alguns setores importantes de insumos. A indústria brasileira depende consideravelmente de insumos importados, e com o dólar alto, e a dificuldade de ajuste rápido na oferta de alguns insumos diante dos primeiros passos da retomada da demanda internacional, os preços para os produtores internos têm subido, já causando alguns reflexos para o consumidor final”, destaca o economista Paulo Ricardo S. Oliveira, coordenador dos estudos.
Neste momento, o DRS-Campinas é o segundo em número de casos e óbitos no estado de São Paulo. Também em relação ao número absoluto de casos e óbitos por semana, o DRS Campinas ficou atrás, apenas, da Grande São Paulo. Até 16/01, foram notificados 174,5 mil casos e 4,5 mil mortes, na região de Campinas – letalidade de 2,64%.
Na RMC foram 127,8 mil casos e 3,4 mil óbitos, até o momento – letalidade de 2,66%. Por fim, o município de Campinas registrou 47,5 mil casos até o momento, com 1.555 óbitos – letalidade de 3,27%.
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Os municípios com menor incidência são Vargem e Tuiuti, com 870 e 1.265 casos por 100 mil habitantes, respectivamente. Na outra ponta, Paulínia, Indaiatuba e Jundiaí são os municípios com maior incidência, todos com mais de 4.800 casos por 100 mil habitantes.
Em relação aos demais municípios paulistas, 13 dos 42 municípios do DRS-Campinas e 11 dos 20 municípios da RMC estão entre os 25% de maior incidência – corte em 3.798 casos por 100 mil habitantes.
Além disso, Santa Bárbara d’Oeste e Campinas continuam entre os municípios com maior índice de mortes do DRS-Campinas, com 131 e 135 mortes por 100 mil habitantes, respectivamente.
Mesmo com o anúncio do início da vacinação, o infectologista Giglio aconselha a população a não baixar a guarda. “Os efeitos práticos da vacinação para a sociedade como um todo levarão certo tempo para aparecer, de modo que é essencial que as pessoas entendam a importância da adesão às medidas não farmacológicas para reduzir a circulação do vírus neste momento. A esperança e euforia com as boas notícias de ontem não podem fazer com que essas medidas sejam deixadas de lado”, afirma.
Economicamente, o início da vacinação também não trará efeitos a curto prazo. “Seguimos afirmando que, sem medidas de proteção da renda e do emprego e diante do cenário econômico e social atual, os efeitos da pandemia podem ser devastadores para economia brasileira, e consequentemente para economia regional no primeiro trimestre”, avalia Paulo.