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Mortes provocadas pelo coronavírus apresentam queda na Região Metropolitana de Campinas

Foram 171 óbitos na 31ª Semana Epidemiológica, 13% a menos em relação ao período anterior; por outro lado, número de infectados cresceu

As mortes causadas pelo coronavírus reduziram 13% na 31ª Semana Epidemiológica em relação ao período anterior na Região Metropolitana de Campinas (RMC). Foram 171 óbitos somados entre os dias 26 de julho e 1 de agosto, de acordo com a análise do Observatório PUC-Campinas. Apesar disso, os novos contaminados pela doença contabilizaram 7.5 mil casos, 12,46% a mais comparando-se à semana anterior.

O município de Campinas, líder em número de casos e mortes por covid-19 na RMC, apresentou redução em ambas as taxas no período. Com 2,3 mil novos infectados e 88 óbitos, as diminuições percentuais foram de 15,5% e 8,3%, respectivamente. As quedas ocorrem em meio à reabertura do comércio, permitida após a cidade ter evoluído para a fase laranja na ‘quarentena inteligente’ do Estado de São Paulo.

Para o infectologista André Giglio Bueno, professor da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas, as curvas indicam tendência de estabilização, embora os dados retratem a ocorrência de casos há mais de duas semanas, estando, portanto, atrasados em relação ao momento atual. Também cabe dizer que as quedas são apontadas na comparação com a semana epidemiológica anterior, período no qual as autoridades de saúde alegam ter ampliado expressivamente a testagem para casos leves da doença.

“Com isso, seguimos muito dependentes da adesão da população às recomendações para evitar a transmissão e, conforme a situação se prolonga, a tendência é que essa adesão vá diminuindo cada vez mais. Apesar de as pessoas já estarem cansadas das medidas restritivas e com uma necessidade de retomar as atividades laborais por questão de sobrevivência, o distanciamento físico é necessário e trata-se da medida preventiva mais importante. Ainda que a tendência de estabilização ao menos no município de Campinas esteja clara, sobretudo pela taxa de ocupação em leitos de UTI vir se mantendo estável, devemos nos manter alertas, pois o cenário futuro ainda não está desenhado e traz grandes preocupações”, afirma.

Com as estatísticas da semana, o Departamento Regional de Saúde de Campinas manteve-se na segunda posição do Estado em números absolutos de casos e mortes, atrás somente da Grande São Paulo. No DRS-Campinas, os municípios de Paulínia, Jundiaí e Itupeva demonstram a maior incidência de casos, todos com mais de 1.500 infectados por 100 mil habitantes. Em relação às mortes, os índices são piores em Jundiaí e Cabreúva. Na RMC, Campinas e Nova Odessa ocupam essa posição no quesito taxa de mortalidade.

Do ponto de vista econômico e social, o professor extensionista Paulo Oliveira, que coordena as notas técnicas sobre a covid-19 pelo Observatório, acredita que os reflexos da reabertura parcial do comércio devem ser sentidos nas próximas semanas. O economista defende, mais uma vez, a necessidade de políticas conjuntas entre as prefeituras da RMC para a condução de um retorno seguro às atividades econômicas.

“A falta de articulação e outras questões que colaboram com níveis de isolamento social abaixo do esperado podem jogar os comerciantes numa rotina de aberturas e fechamentos prejudicial ao planejamento e à gestão”, diz o docente, que enaltece os problemas futuros de recuperação da economia frente à redução do emprego e da renda, num contexto de aversão às políticas de gasto de governo no momento.

Os dados atualizados da covid-19 nos municípios paulistas, incluindo a RMC, podem ser obtidos no painel interativo do Observatório: https://observatorio.puc-campinas.edu.br/covid-19/.

Foto: Prefeitura Municipal de Campinas



Vinícius Purgato
3 de agosto de 2020