Mostra Criativa Anual do NAE Dança apresenta a potência do mover poético em 32 trabalhos

Inspirados no livro “Quadril e Queda”, os espetáculos conseguiram entregar reflexão e beleza

O Núcleo Artístico Experimental de Dança (NAE Dança) da PUC-Campinas realizou, no último dia 28 de novembro, no Auditório do Campus I da Universidade, a sua Mostra Criativa Anual, intitulada “Os Poemas que Dancei pra Mim”. O evento trouxe à cena, em 32 trabalhos, a dança que se inspira nas palavras, revelando a potência do mover poético, de forma autônoma e consciente, tanto individualmente quanto no coletivo.

Inspirados no livro “Quadril e Queda”, da escritora Bianca Gonçalves, os espetáculos conseguiram entregar intensa reflexão e beleza ao público presente, que, além de prestigiar a celebração artística, pôde vivenciar a poesia que se transforma em dança.

De acordo com a responsável pelo NAE Dança, a dançarina e coréografa Adnã Ionara, participaram das apresentações cerca de quarenta pessoas, incluindo duas artistas convidadas e uma iluminadora profissional externa.

“De todos os trabalhos apresentados, dois foram coreografados por mim, dois por profissionais de fora da PUC-Campinas e 28 deles foram criados diretamente pelos integrantes do NAE Dança. Cada trabalho foi idealizado e realizado tendo um ou vários poemas como inspiração de seus fazeres. A palavra que se faz substrato para o movimento, poesia em papel e corpo”, explica Adnã.

Relação com o livro
A epígrafe do livro Quadril e Queda, “Para meninas que dançavam escondido”, segundo Adnã, é o que lançou os dançarinos “ao perspicaz jogo do corpo in palavra, ou seja, palavrear o movimento, onde a dança se faz como a inscrição de sua própria existência”.

Segundo ela, a autora, Bianca Gonçalves, “com brilhantismo, teceu uma escrita ficcional em verossimilhança, manejando de sua própria experiência para possibilitar narrativas que dizem respeito à experiência coletiva de nós mesmas e, a gente, do Núcleo Artístico Experimental de Dança da PUC-Campinas, procurou se ater ao compromisso da Mostra Criativa de 2024, que foi o de buscar uma dança que se articula em subjetividades arqueadas por seus contextos circundantes, isto é, uma dança criada a partir das mobilizações de suas experiências que, mesmo que sejam individuais, fundamentam-se em coletividade”.

“Esta foi a nossa tentativa de encontrar nas palavras a potência para o mover poético, de maneira autônoma e consciente de si em e do coletivo, ou seja, dançar como quem busca a autonomia de si em bando, um corpo só que se estabelece em organismo, em movimento. Eu creio que, durante a Mostra, nós tenhamos conseguido alcançar esse objetivo”, encerra a coreógrafa.