Multinacional Kimberly-Clark exalta parceria com a PUC-Campinas em Desafio de Negócios
Envolvidos no Hackaton realizado em novembro, profissionais da empresa relatam experiências com os alunos. Desafio destinou R$ 7 mil em premiações
A multinacional Kimberly-Clark, por meio dos representantes envolvidos no Desafio de Negócios realizado junto ao Mescla da PUC-Campinas, em novembro do ano passado, exaltou o resultado da parceria, que culminou no desenvolvimento de soluções para a empresa norte-americana. O projeto, que envolveu a participação de alunos e professores da Universidade, destinou R$ 7 mil em premiação aos trabalhos mais inovadores.
O Hackaton, maratona organizada para a criação e desenvolvimento de alternativas inovadoras aos problemas de empresas, foi feito de maneira on-line, contando com etapas de apresentação, em formato de pitch, relativas ao escopo geral dos projetos, e de prototipação, com a impressão 3D dos produtos idealizados. Os materiais foram avaliados por comissão julgadora, que analisou aspectos como criatividade e originalidade, aplicabilidade, viabilidade, tecnologia e usabilidade para determinar os melhores trabalhos.
Em depoimentos, profissionais da área de Vendas da multinacional, presentes em todo processo de mentoria às equipes com professores da Universidade e membros da aceleradora de startups Venture Hub, destacaram as experiências vivenciadas com os estudantes ao longo da elaboração dos projetos. Segundo eles, a dinâmica do Hackaton, que estabeleceu diálogos com especialistas de marketing e inovação, foi enriquecedora.
“Posso dizer que mais aprendi do que ensinei. Contribuí um pouco com a minha experiência de campo, dando alguns palpites nos projetos deles do que poderia funcionar, do que poderia ser melhorado, baseados nas dificuldades e necessidades dos clientes. Os times eram inteligentes, rápidos e engajados, transformando nossas dicas em algo palpável. Essa interação com o mundo acadêmico é muito útil para os dois lados (Universidade e empresa) e temos que fomentar isso”, avaliou a executiva de Vendas da Kimberly-Clark, Débora Horvat.
O gerente de Vendas da empresa, Thales Miranda, classificou a experiência como fantástica. “Eu quero agradecer a participação de todas as equipes. Por onde eu passei, vi times engajados com grandes ideias. A criatividade foi um dos pontos fortes, surgindo ideias excelentes que vão nos ajudar bastante a desenvolver esse produto, que vai ser um sucesso”, destacou.
Assista aos depoimentos
O projeto vencedor, favorecido com o prêmio de R$ 5 mil reais, foi idealizado pelo grupo da Ana Clara Nascimento Costa, aluna da Faculdade de Engenharia Mecânica. Ela conta que sua equipe, também composta por estudantes de Engenharia de Produção e Arquitetura e Urbanismo, teve como proposta a entrega de um produto simples e funcional. “Apostamos em um protótipo com baixo custo, feito com material reciclável, e fácil na sua produção e sistema de montagem”, diz a caloura, que está no 3º semestre de seu curso.
Ana avalia que a experiência foi enriquecedora, principalmente pelo trabalho em equipe e pela aproximação com a Kimberly-Clark. “Nosso grupo foi formado por pessoas desconhecidas, mas que se empenharam muito durante o processo de desenvolvimento. Uns cuidaram da pesquisa e do controle de dados, outros na criação e no design do produto. Foi um grande aprendizado e ficamos muito felizes com o resultado. Não estávamos com a ideia de ganhar”, finaliza a aluna.
Membros dos grupos classificados em 2º e 3º lugares, que receberam, respectivamente, RS 1,5 mil e R$ 500,00, os estudantes Lucas Durante, da Faculdade de Design Digital, e Marcus Vinícius Castilho, da Especialização em Indústria e Serviços 4.0, corroboram com a representante da equipe vencedora ao avaliar o Desafio de Negócios como enriquecedor para a formação acadêmica.
“O Hackaton foi um grande aprendizado para mim, sobretudo na fase de montagem do produto físico. Como aluno de Design Digital, estou acostumado a desenvolver produtos e serviços para o meio digital. Portanto, saber quais etapas são realizadas em cada processo foi bastante válido. Além disso, pude também contribuir com questões que já tinha familiaridade, conduzindo o meu grupo a chegar no resultado esperado para aquela fase”, destaca Lucas.
“O principal aprendizado foi relacionado ao processo de fomento e gestão de inovação por meio da abordagem do design thinking. Foi uma oportunidade de aplicar a metodologia além dos ambientes de programação. Através do exercício, foi possível aprender como ouvir ativamente as necessidades das pessoas, realizar uma proposição alinhada com esta necessidade e validar uma potencial solução”, afirma Marcus Vinícius, que também enaltece a característica multidisciplinar do Hackaton.
“Acredito que a importância de fazer parte de iniciativas como essa vão além dos benefícios que se alcança ao final, com a experiência adquirida. Trata-se da oportunidade de conhecer e se relacionar com diferentes formações técnicas, ter contato com diferentes visões, expandir o entendimento e, acima de tudo, presenciar como ideias são capazes de construir novas realidades”, complementa.
Responsável pela estruturação do programa e pela metodologia de aceleração, a Venture Hub, parceira do espaço Mescla, esteve à frente da orientação dos alunos com informações voltadas aos requisitos básicos para a construção de soluções para a indústria. Oito sessões foram feitas para a apresentação de conteúdo, a fim de que os estudantes tivessem ferramentas suficientes para o desenvolvimento de protótipos funcionais.
Segundo Leonardo Pinheiro, diretor de Desenvolvimento de Startups da Venture Hub, as ideias apresentadas pelos estudantes se mostraram de muita qualidade, com sistemas de segurança simples e sofisticados ao mesmo tempo, superando as expectativas da Kimberly-Clark. “Vimos, mais uma vez, que as iniciativas têm possibilitado aos alunos a obtenção de uma mentalidade de crescimento e aprendizagem com base em experimentação. Essa é a base para que surjam empreendedores de qualidade no nosso país”, salienta.