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Museu Universitário da PUC-Campinas faz exposição virtual de arte africana 

Evento da programação dos 80 anos da Universidade reúne acervo do físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite  

O Museu Universitário da PUC-Campinas abre, neste dia 15 de março, a exposição virtual “Ausência/Presença: os sentidos do corpo na arte africana”, a partir de peças do acervo pessoal do físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite. Dividida em dois módulos, o ‘Máscaras’ e o ‘Estatuetas’, a exposição faz parte das comemorações de 80 anos da Universidade e ficará aberta até agosto.

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A curadoria foi da Profa. Dra. Juliana Bevilacqua e da Profa. Me. Gabrielle Nascimento, que selecionaram 17 peças do acervo. A exposição tem como objetivo apresentar algumas reflexões sobre a questão do corpo na arte africana, englobando um conjunto de máscaras e estatuetas da coleção.

Prof. Rogério Cezar de Cerqueira Leite - Divulgação/CNPEM

“Colecionar Arte Africana exige um espírito algo detetivesco e um pouco missionário”, Rogério Cezar de Cerqueira Leite  (foto: divulgação/CNPEM)

A utilização do corpo como forma de comunicação de valores, ideias e sentidos não é uma exclusividade dos povos africanos. No entanto, sociedades de tradições orais apresentam uma riqueza e uma variedade de expressões envolvendo o corpo, que aparecem também materializadas nas suas produções artísticas. Quando levadas para o Ocidente, muitas dessas produções são ressignificadas, e os sentidos adquiridos pelas obras se ampliam ou se modificam.

“Colecionar Arte Africana exige um espírito algo detetivesco e um pouco missionário”, diz o físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite, que tem cerca de 500 peças de 65 culturas africanas diferentes com várias funções em diversos rituais e cerimônias.

Ele explica que nessas variadas culturas africanas, os objetos podem ser vistos como seres vivos. “O animismo é a crença de que tanto os seres vivos quanto objetos e coisas têm alma. Esta convicção determina o homem africano. A máscara e a escultura não são, portanto, meras representações de espíritos, mas os próprios espíritos. A cultura ocidental falará da alma do homem. O artista africano, ao criar sua obra para determinada cerimônia, para determinado ritual, estaria concebendo um objeto com o mesmo poder de um ser vivo”, diz.

A exposição havia sido concebida para acontecer de modo físico. Mas, devido à pandemia, os organizadores precisaram adaptá-la às novas condições e desenvolveram uma série de estágios, com a finalidade de proporcionar ao “visitante” que acesse a exposição virtual a melhor experiência com o acervo.

“Capitaneados pelas curadoras e suas preciosas contribuições, principalmente no que toca à necessidade de entender e visualizar as máscaras e estatuetas em sua tridimensionalidade, como ponto fundamental para compreender sua produção e seu sentido, capturamos as imagens do acervo em vídeo, evidenciando os detalhes de cada peça, suas singularidades, tentando ao máximo levar uma experiência, como se o expectador estivesse diante da obra”, disse o museólogo Rodrigo Luiz dos Santos, do Museu Universitário.

Segundo Rodrigo, essa exposição virtual abre caminho para uma série de outras exposições virtuais que já estão sendo produzidas, tanto com o acervo do Museu Universitário, como de outros acervos, com o objetivo de iniciar um diálogo entre o acervo do Museu e as comunidades interna e externa.



Marcelo Andriotti
15 de março de 2021