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Pesquisadores elaboram cartilha sobre a maternidade na quarentena

Objetivo é ajudar mulheres a mudar cultura sobre suas responsabilidades com a família

 A cartilha “Maternidade em Tempos de Covid-19 – O que podemos fazer?” foi elaborada pelo grupo de pesquisa “Atenção psicológica clínica em instituições: prevenção e intervenção”, da Pós-Graduação em Psicologia da PUC-Campinas. O objetivo é ajudar, de forma simples e direta, as famílias neste período de quarentena, em especial as mulheres.
Clique aqui para baixar a cartilha
O trabalho foi desenvolvido pelos pesquisadores Carlos Del Negro Visintin, Sueli Regina Gallo-Belluzzo e Tânia Maria José Aiello-Vaisberg. A cartilha está disponível na internet e também será impressa para distribuição à comunidade.
“Nosso primeiro local de distribuição será no Hospital da PUC-Campinas. É uma cartilha bem curta, feita dessa maneira de forma proposital. Sabemos que, neste período, as mulheres, que já são sobrecarregadas, têm menos tempo ainda. Por isso, o material precisaria ser curto e direto, para ser lido rapidamente”, disse a Profa. Dra. Tânia Maria José Aiello-Vaisberg, uma das coordenadoras do grupo.
Ela diz que o grupo desenvolve há muitos anos pesquisas sobre a maternidade,  a importância dos cuidados com as crianças e a cultura sobre o papel da mulher na criação dos filhos.
“As mulheres têm cada vez mais protagonismo no mercado de trabalho. Mas, além de ganhar menos e ter menos oportunidades de ascensão profissional do que homens com a mesma qualificação, elas não são liberadas de suas funções nos cuidados com a família. Isso gera a dupla jornada, uma sobrecarga que piorou com a pandemia e com as crianças fora da escola”, diz a professora.
Junto a essa pressão, elas também estão enfrentando o aumento da violência familiar e dos feminicídios, além das incertezas econômicas, queda de renda e falta de trabalho.
Mas o principal assunto abordado pela cartilha é a própria cultura que a mulher carrega de arcar sozinha com todas as funções de cuidadora da família, muitas vezes sem pedir ou sequer aceitar ajuda dos familiares. São esses pontos que os profissionais buscam mudar, dando sugestões sobre como agir neste período e também depois que a quarentena acabar.



Avelino Souza
12 de maio de 2020