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Pós-Graduação em Infraestrutura Urbana investe em pesquisas que mudam vida cotidiana

Estudos inovam na área de meio ambiente, energia, telecomunicações, cidades inteligentes e mobilidade

O Programa de Pós-Graduação (PPG) em Sistemas de Infraestrutura Urbana da PUC-Campinas reúne pesquisadores que desenvolvem estudos voltados para solucionar problemas de centros urbanos. Soluções para questões de mobilidade urbana, qualidade de estruturas físicas das cidades, preservação de mananciais, diminuição da poluição e prevenção a doenças causadas por fatores ambientais são algumas das questões abordadas.

“Temos estudantes e professores de cursos de engenharias, como a Química, Elétrica, Agronômica, Civil, Ambiental e outras, e a Arquitetura, mas o programa é multidisciplinar e realiza estudos sobre energia, meio ambiente, comunicação, sistemas viários e tudo o que é fundamental para a infraestrutura das cidades”, diz a Profa. Dra. Lia Lorena Pimentel, coordenadora do PPG.

O programa foi dividido em cinco grupos de pesquisa que dividem as áreas de estudo. São eles: Sistemas de Infraestrutura Urbana relacionados ao recurso hídrico, ao viário, à energia, às telecomunicações e aos resíduos.

 

Cidades inteligentes

O uso de sensores e levantamento de dados para auxiliar no desenvolvimento de cidades inteligentes são alguns dos trabalhos realizados dentro da linha de estudos sobre Planejamento Integrado e Gestão de Sistemas de Infraestrutura Urbana.

A Profa. Dra. Lia Toledo Moreira Mota coordena os trabalhos voltados para o sensoriamento e monitoramento do meio urbano, inserção de fontes renováveis de energia no meio urbano e cidades Inteligentes.

Entre as pesquisas desenvolvidas atualmente estão o desenvolvimento de sensor de baixo custo para detecção de variáveis meteorológicas em áreas verdes, análise de geração de fotovoltaicos de painéis em fachadas e coberturas e proposta de elaboração de ranking de cidades inteligentes e sustentáveis da Região Metropolitana de Jundiaí.

 

Primeira patente

Uma pesquisa apresentada no programa em 2019, com técnicas de reaproveitamento de resíduos de asfalto retirados para o recapeamento de rodovias em todo o país, gerou a primeira patente registrada pela PUC-Campinas.

O professor Adilson Ruiz desenvolveu em sua dissertação de mestrado, orientado pela Profa. Dra. Ana Elizabete Jacintho, um método de reutilização do material com potencial de gerar uma economia de US$ 97 milhões por ano somente com a venda do CO² (renda verde) e mais a redução anual de custos na compra de matéria prima como areia e pedra, suficientes para a construção de 7 mil casas populares de 40 metros quadrados suficientes para abrigar uma média de 23 mil pessoas.

 

Aquecimento urbano

A PUC-Campinas está participando do Programa CSIC LINCGLOBAL, financiado pelo Ministério de Ciência e Inovação a partir da Resolução da Presidência da Agência Estatal do Conselho Superior de Pesquisa Científica (CSIC) da Espanha, representada pela Profa. Dra. Cláudia Pezzuto, do Grupo de Estudos de Eficiência Energética da Universidade. Ele promove a interação entre pesquisadores ibero-americanos no campo das mudanças globais. O projeto tem o objetivo de identificar estratégias de mitigação do aquecimento urbano em cidades ibero-americanas mediante o uso de materiais de superfície urbana com propriedades térmicas e ópticas eficientes.

O estudo reúne pesquisadores da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Espanha e República Dominicana. Em Campinas, a professora Cláudia está desenvolvendo a pesquisa em uma área do Distrito do Campo Grande.

O cronograma prevê o término dos trabalhos em dezembro de 2023, com a apresentação das análises finais e propostas de soluções para mitigar o aquecimento urbano nas diversas regiões pesquisadas.

 

Fragmentos florestais

Uma das linhas de estudo da pós-graduação em Infraestrutura é relacionada à questão dos mananciais, preservação de matas ciliares e recuperação de nascentes em cidades da Região Metropolitana de Campinas. A Profa. Dra. Regina Márcia Longo, coordenadora dos estudos e orientadora das pesquisas, diz que muitos desses trabalhos estão sendo feitos em conjunto com a Prefeitura de Campinas por meio da Secretaria do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

“Nos últimos tempos desenvolvemos três dissertações nessa linha com a Prefeitura, sendo duas já concluídas e uma em andamento. Entre as concluídas, uma é sobre a qualidade ambiental dos remanescentes florestais do município de Campinas. Uma outra é sobre o Programa de Pagamentos por Serviços Ambientais, o PSA Água Campinas. A dissertação em andamento é sobre o Ribeirão das Cachoeiras na APA Campinas”, disse.

O estudo sobre a fragmentação florestal na sub-bacia hidrográfica do Rio Atibaia, realizado pela engenheira ambiental e mestre em Sistemas de Infraestrutura Urbana, pela PUC-Campinas, Alessandra Leite da Silva, foram publicados no final do ano passado em uma revista especializada.

 

Concreto de alta performance

Uma das linhas de pesquisas desenvolvidas no PPG de Infraestrutura Urbana é sobre o UHPC (Ultra High Performance Concrete), um concreto especial de alto desempenho que está sendo usado em diversos tipos de obras da construção civil. A coordenadora do estudo, a Profa. Dra. Ana Elisabete Jacintho, está desenvolvendo uma avaliação a pedido da Abece (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural).

O estudo será apresentado no Congresso Brasileiro do Concreto, realizado pelo Ibracon (Instituto Brasileiro do Concreto) em outubro, em Brasília, e deverá servir de base para as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) sobre o uso e aplicação do material em construções.

Apesar de ser mais caro que o concreto convencional, o UHPC é muito mais resistente e tem longa duração, sendo mais vantajoso a longo prazo por diminuir gastos com manutenção.

“Ele é ideal para utilização em obras como pontes e viadutos, pois reduz muito os custos com manutenção a longo prazo e com grande durabilidade. Também pode ser aplicado na recuperação de estruturas viárias”, disse a professora.

 

Barras com microfibras

A Profa. Dra. Nádia Cazarim da Silva Forti participa do grupo de pesquisa de Tecnologia do Ambiente Construído e desenvolve na PUC-Campinas pesquisas focadas em materiais não convencionais para estruturas de concreto.

“Em um dos projetos, orientando o aluno de mestrado Nicolas Vianna, estamos estudando a adição de microfibras dispersas no concreto buscando o controle de retração restringida nas idades iniciais. O controle de fissuras provê maior longevidade às estruturas em concreto e quando negligenciadas, as fissuras podem resultar na perda de funcionalidade, provocando consequentemente um reparo difícil e custoso da estrutura avariada”, disse.

Em outra linha de pesquisa, três projetos de mestrado foram financiados e finalizados em 2022. O aluno Luis Felipe Oliveira Santos está pesquisando a durabilidade da barras e estruturas armadas com as barras poliméricas. O uso dessas barras foi impulsionado por suas propriedades anticorrosivas, leveza e alta resistência.

A professora também participa de comitês da ABNT e está coordenando o grupo CEE 193 – Comissão de Estudo Especial de Materiais Não Convencionais Para Reforço de Estruturas de Concreto, que está elaborando ensaios normatizados para esse material.

 

Leucemia infantil

Uma pesquisa do programa de pós desenvolveu um biossensor para controle de tratamento contra leucemia infantil que pode ser causada pela poluição em grandes centros. O dispositivo pode ser uma alternativa mais barata para pacientes em tratamento da doença, com a vantagem de ser de fácil utilização e possível de aplicação portátil. Para a sua aplicação em pacientes, entretanto, ainda serão necessários os estudos com amostras biológicas, tais como sangue.

A pesquisadora Jocimara Camargo da Silva fez sua dissertação com a orientação da Profa. Dra. Renata Kelly Mendes, que desenvolve uma linha de pesquisa voltada para sensores de diversas aplicações. Ela disse que a maior motivação foi ver seu trabalho contribuir de alguma forma para a sociedade e saber que poderá auxiliar no tratamento de doenças.

A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é o principal tipo de câncer infantil e um dos tratamentos se refere à aplicação da enzima asparaginase (Asnase) no paciente, com consequente eliminação da célula cancerígena. Entretanto, o corpo pode produzir anticorpos antiasparaginase (anti-Asnase) que inibem a atividade enzimática e, portanto, atenuam o efeito do tratamento.

O monitoramento desses anticorpos nos pacientes contribui para a eficiência do tratamento. O desenvolvimento de um biossensor eletroquímico feito pela pesquisadora auxilia e pode baratear e facilitar esse acompanhamento de anticorpos.

 

Conheça as modalidades de bolsas de estudo

Os candidatos ao PPG de Infraestrutura Urbana já podem acessar a bibliografia recomendada e a agenda de avaliações para concorrer às vagas do programa. Informações de todos os programas de mestrado e doutorado da PUC-Campinas podem ser acessado no endereço https://www.puc-campinas.edu.br/pos-graduacao/

Os aprovados também podem concorrer a bolsas de estudo oferecidas pela Universidade. São elas:

Capes/MEC: Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições Comunitárias de Educação Superior. As bolsas da CAPES/MEC dependem de disponibilização e/ou manutenção das cotas institucionais pela Agência de Fomento do Governo Federal.

Fapesp: mediante solicitação em conjunto com o docente orientador, e aprovação da agência externa de fomento; além do recebimento da bolsa oriunda da Fapesp, o aluno tem isenção das parcelas da mensalidade do curso durante a vigência da bolsa.

PUC-Campinas/Reitoria: isenção de 50% no valor da mensalidade escolar respeitando o número de cotas disponível por ano no Programa de Pós-Graduação.

Núcleo de Atenção Solidária (NAS)/PUC-Campinas: em atendimento às normas do Edital publicado anualmente, bolsa não-restituível nos termos da Lei no 12.101/09 e da Portaria Normativa no 15, de 11 de agosto de 2017, do Ministério da Educação (MEC).



Marcelo Andriotti
27 de setembro de 2022