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Região Metropolitana de Campinas tem pior semana epidemiológica desde o início da pandemia

Campinas, que iniciou abertura gradual do comércio, apresentou mais de 870 novos casos no período de sete dias, mostra nota do Observatório

A Região Metropolitana de Campinas (RMC), com 1.447 novos casos e 48 óbitos entre os dias 31 de maio e 6 de junho, apresentou a pior semana epidemiológica desde o início da pandemia do novo coronavírus, de acordo com nota técnica atualizada feita pelo Observatório PUC-Campinas. O município de Campinas, que iniciou a abertura gradual do comércio, exibiu 871 novos casos e 27 mortes no período de sete dias.

Ao término da semana epidemiológica, encerrada no último sábado (6), a RMC contabilizava um total de 4.562 casos e 186 óbitos provocados pela doença, crescimento de 75,8% e 26,3%, nesta ordem, em relação à semana anterior, evidenciando a tendência crescente da curva de contágio. Com os resultados apurados, o Departamento Regional de Saúde (DRS) de Campinas, que inclui 42 municípios, já é o terceiro do Estado em números de casos e mortes, atrás apenas da Grande São Paulo e da Baixada Santista.

Neste momento, as cidades com menores incidências, considerando toda a abrangência do DRS, são Pinhalzinho e Pedreira com 13,5 e 17,1 casos por 100 mil habitantes. Na outra ponta, Jundiaí, Paulínia e Campinas são os municípios com os maiores números relativos de ocorrência do vírus, todos com mais de 221 casos notificados a cada 100 mil pessoas. Em relação às mortes, nota-se que 31% das cidades do DRS-Campinas ainda não apresentaram incidências. Jarinu e Jundiaí são os municípios mais afetados, com 26,8 e 19,9 óbitos por 100 mil habitantes. Apenas na RMC, as estatísticas de falecimento são maiores em Indaiatuba, Campinas e Hortolândia.

Com a flexibilização das medidas de isolamento, que possibilita o funcionamento com restrições de imobiliárias, concessionárias, escritórios, comércio e shoppings, o crescimento nos índices de contágio deve ser inevitável, sugere a nota do Observatório PUC-Campinas, baseando-se na alta dos casos em municípios da RMC que adotaram o afrouxamento desde 1º de junho, apoiados no anúncio da “quarentena inteligente” do Estado de São Paulo.

Para o Dr. André Giglio Bueno, professor de infectologia da PUC-Campinas, os potenciais efeitos das medidas de relaxamento causam grande preocupação, dado o momento de aceleração dos casos e óbitos registrados na região. “O crescimento da transmissão, que deve ocorrer a partir do aumento da circulação de pessoas a partir desta semana, não será imediato e não deverá ser percebido de duas a três semanas, considerando o tempo entre o início dos primeiros sintomas e sua evolução para um quadro mais grave”, afirma o especialista, que também atua no Hospital da PUC.

Do ponto de vista econômico, levando em conta a reabertura do comércio, o economista Paulo Oliveira, que coordenou a análise do Observatório PUC-Campinas, acredita ser necessária uma articulação entre as prefeituras que compõem os polos econômicos regionais, para que tracem estratégias que garantam o retorno seguro das atividades. “Sem articulação, decisões tomadas no âmbito municipal terão grandes impactos na contenção ou avanço da pandemia nos demais municípios, podendo, inclusive, sobrecarregar o sistema de saúde que também opera de forma integrada”, destaca.

Observatório PUC-Campinas

O Observatório PUC-Campinas, lançado no dia 12 de junho de 2018, nasceu com o propósito de atender às três atividades-fim da Universidade: a pesquisa, por meio da coleta e sistematização de dados socioeconômicos da Região Metropolitana de Campinas; o ensino, impactado pelos resultados obtidos, que são transformados em conteúdo disciplinar; e a extensão, que divide o conhecimento com a comunidade.

A plataforma, de modo simplificado, se destina à divulgação de estudos temáticos regionais e promove a discussão sobre o desenvolvimento econômico e social da RMC.  As informações, que englobam indicadores sobre renda, trabalho, emprego, setores econômicos, educação, sustentabilidade e saúde, são de interesse da comunidade acadêmica, de gestores públicos e de todos os cidadãos.

Foto: Prefeitura Municipal de Campinas



Avelino Souza
9 de junho de 2020