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RMC passa pela sua pior crise externa recente segundo estudos do Observatório PUC-Campinas 

Professor alerta que a geração de empregos de maior qualificação na região pode ser prejudicada 

Estudos analisados em dezembro pelo Observatório PUC-Campinas, com dados econômicos oficiais divulgados até o mês de novembro, mostram que a RMC (Região Metropolitana de Campinas) passa pela pior crise externa da história recente.

Houve queda de -7,41% nas exportações e aumento de 4,43% nas importações da RMC, resultando em aumento de 10,55% no déficit regional para o mês de novembro. A participação da RMC nas exportações do Estado caiu para o patamar de 7,89%, o segundo pior em 10 anos para o mês de novembro. 

A tendência negativa da região segue o que também é registrado no estado e no país. No acumulado do ano, o estado de São Paulo registrou queda de 14,9% nas exportações e 15,1% nas importações. No Brasil, houve queda de 7,4% nas exportações e queda de 14,7% nas importações.

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Foi registrada na região uma queda drástica das exportações e importações em relação a praticamente todos os parceiros comerciais, exceto China (exportação) e Índia (importação).

As exportações fora afetadas em geral, mas tiveram destaques os setores de peças e acessórios para veículos, polímeros de propileno, agroquímicos, algodão e papel. 

Também houve quedas generalizadas das importações, especialmente para agroquímicos, aparelhos elétricos, peças e acessórios para veículoscompostos heterocíclicos e peças para motores de ignição por combustão interna.

No acumulado do ano, há sinais de queda de atividade para maioria dos segmentos da indústria, com destaque para o setor de aparelhos telefônicos, eletrônicos e automobilística.

“Além dos números, é preciso atentar para o efeito qualitativo da crise. A pandemia causou um viés para maior participação de produtos menos complexos na pauta de exportação e importação. Esse viés pode persistir por algum tempo, prejudicando a geração de empregos de maior qualificação na região”, disse o Prof. Dr. Paulo Ricardo da Silva Oliveira, responsável pelo estudo. 

Um indicador importante positivo foi o aumento de 161,24% no mês de novembro nas exportações de automóveis, um setor que vem, nos últimos cinco meses seguidos, apresentando recuperação. Também houve aumento das transações comerciais de produtos de mais baixa complexidade, como algodão. 

No próximo estudo, com os dados finalizados do mês de dezembro, poderá ser analisado como foi todo o ano de 2020 para a economia da RMC nos seus principais setores.



Marcelo Andriotti
2 de janeiro de 2021