Setor externo da RMC dá sinais de recuperação após aumento de exportações e importações em março
Movimento é marcado por alta na transação de produtos de maior valor agregado para a economia regional, aponta nota do Observatório PUC-Campinas
O setor externo da Região Metropolitana de Campinas (RMC), que inclui empresas participantes do comércio internacional, apresentou sinais de recuperação ao exibir, em março, aumento dos volumes exportados e importados. As exportações somaram US$ 367 milhões, e as importações US$ 1,2 bilhão, altas de 18,1% e 25,8%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano passado.
A nota do Observatório PUC-Campinas, realizada com base nos dados divulgados pelo Ministério da Economia, mostra que, entre os produtos exportados, houve destaque àqueles relacionados à indústria automobilística, como automóveis, peças para motores e acessórios para veículos. O volume, no entanto, não foi suficiente para sustentar a participação nas exportações do Estado, que atingiu o segundo pior patamar (6,9%) em 10 anos para o mês de março.
Por outro lado, a boa notícia se refere à característica dos produtos exportados no período, que se enquadram nas categorias de média-alta e alta complexidades. São mercadorias que impõem maior grau de sofisticação tecnológica das estruturas produtivas. Em outras palavras, o emprego e a renda gerados para a fabricação desses produtos oferecem maior valor à economia regional.
Em relação às importações, a maior movimentação comercial esteve ligada às compras de peças e acessórios para veículos, circuitos eletrônicos integrados e agroquímicos. De acordo com Paulo Oliveira, economista responsável pela nota, houve crescimento da atividade produtiva em quase todos os setores pela ótica da importação. Exceção à produção de aparelhos telefônicos e alguns segmentos da indústria química.
O levantamento do Observatório PUC-Campinas, elaborado também pelo aluno extensionista Pedro Fidélis, revela que houve, ainda, retomada no volume de exportações e importações em relação a praticamente todos os parceiros comerciais. Com exceção de Estados Unidos e China, as vendas externas de março subiram para os outros oito principais destinos, com destaque para Bélgica (361,88%), Alemanha (84,11%) e Argentina (37,46%). Os aumentos nas compras de produtos importados, por sua vez, foram decorrentes de transações com Taiwan, China e Alemanha, principalmente.
No acumulado do ano, depois de consolidados os dados do mês de março, US$ 3,3 bilhões foram gastos com importações. As exportações, por sua vez, somaram US$ 937,05 milhões. A diferença rendeu à RMC um déficit comercial superior a 2 bilhões de dólares. “Para além dos problemas estruturais causados pela dependência da importação de insumos industriais externos, deve-se ponderar que a conjuntura ainda evidencia os efeitos da crise sanitária na RMC”, afirma Oliveira.
Observatório PUC-Campinas
O Observatório PUC-Campinas, lançado no dia 12 de junho de 2018, nasceu com o propósito de atender às três atividades-fim da Universidade: a pesquisa, por meio da coleta e sistematização de dados socioeconômicos da Região Metropolitana de Campinas; o ensino, impactado pelos resultados obtidos, que são transformados em conteúdo disciplinar; e a extensão, que divide o conhecimento com a comunidade.
A plataforma, de modo simplificado, se destina à divulgação de estudos temáticos regionais e promove a discussão sobre o desenvolvimento econômico e social da RMC. As informações, que englobam indicadores sobre renda, trabalho, emprego, setores econômicos, educação, sustentabilidade e saúde, são de interesse da comunidade acadêmica, de gestores públicos e de todos os cidadãos.