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TCC de aluno da Engenharia de Computação auxilia deficientes visuais 

Aplicativo faz celular virar scanner e encontra objetos solicitados pelo usuário 

O TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) de um aluno da Faculdade de Engenharia de Computação da PUC-Campinas está ajudando pessoas com deficiência visual a encontrar objetos sem necessidade de ajuda de outra pessoa. O aplicativo já está disponível para utilização e já foi baixado em celulares por mais de 150 pessoas. Ele é gratuito e pode ser encontrado nas lojas virtuais de aplicativos pelo nome “Cadê? Acessibilidade”.

O projeto do aluno do 5º ano Pedro Angelo Catalini foi orientado pelo professor Fernando Ernesto Kintschner. “Meu projeto se trata de uma tecnologia assistiva que visa solucionar um dos problemas enfrentados pelos deficientes visuais diariamente. A solução, então, foi um aplicativo de celular que soluciona a questão da localização de objetos”, disse Pedro.

O aplicativo de celular basicamente funciona com inteligência artificial, possibilitando que o usuário solicite um objeto pela interface do dispositivo, que passa a buscá-lo no ambiente utilizando a câmera, como um scanner. Ao encontrá-lo, o smartphone vibra indicando a posição do objeto solicitado.

“No início, não sabia ao certo o que eu iria resolver, mas gostaria de fazer algo na linha de acessibilidade. Foi, então, conversando com o professor Fernando que consegui o contato da Fabiana Bonilha, que tem deficiência visual e lidera um projeto de pesquisa no CTI”, conta.

A maior motivação do projeto foi poder ter a oportunidade de ajudar pessoas com deficiência. Poder unir o que há de mais novo em tecnologia para resolver, de fato, um problema real, e que não fosse apenas mais um TCC.

Após o contato com a Fabiana, ele continuou buscando usuários voluntários nas redes sociais que fossem portadores de deficiência visual. Acabou encontrando várias pessoas que ajudaram a desenvolver e aprimorar o produto.

“Outra dificuldade enfrentada foi criar um aplicativo que fosse acessível a todos, isto é, tanto na interface gráfica, que comporta textos grandes e descrição oculta nos botões, quanto na questão de dispositivos suportados. Tive o cuidado de fazer com que meu aplicativo fosse suportado por muitos dispositivos, não apenas os topos de linha, podendo ser executado até mesmo em versões bem antigas do Android”, disse. 

Para o orientador, a maior dificuldade técnica foi o algoritmo de inteligência artificial e também seu treinamento. Ele também buscou incentivar o aluno a desenvolvê-lo com auxílio da comunidade.

“Para testar e dar ideias, nada mais importante do que falar com pessoas que tenham as deficiências. Como sou professor extensionista da PUC, busco que os trabalhos de meus alunos sejam voltados para pessoas com deficiências e também para comunidades em estado de vulnerabilidade”, disse o professor Fernando.

O aluno planeja continuar com o projeto após o TCC e busca investimento para poder lançar também para iOS, que já é pedido pelos usuários. Também quer desenvolver novas funcionalidades como talvez a possibilidade de o usuário cadastrar um objeto pessoal, identificar a sua distância, entre outras.



Marcelo Andriotti
3 de setembro de 2020