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Tese de Doutorado do Prof. Dr. Fábio Augusto Morales ganha o Prêmio História Social (2015-2016)

A tese de Doutorado do docente da Faculdade de História da PUC-Campinas, Prof. Dr. Fábio Augusto Morales, defendida no início de 2015, foi considerada a melhor do Programa de Pós-Graduação em História Social da USP (anos de 2015 e 2016), sendo contemplada com Prêmio História Social 2015-2016. O prêmio consiste num aporte de sete mil reais para a publicação do trabalho em formato de livro.

Intitulada Atenas e o Mediterrâneo romano: espaço, evergetismo e integração (200 a.C.-14d .C.), a tese trata de um estudo sobre a história urbana da cidade de Atenas, dialogando com a História Antiga, a Arqueologia Clássica e a História da Arquitetura e do Urbanismo. A questão central do trabalho aborda os efeitos ocorridos com o espaço urbano ateniense quando Atenas deixa de ser o centro de um império e passa a estar, cada vez mais, submetida à autoridade das grandes potências que disputam a hegemonia sobre o Mediterrâneo oriental, dos macedônios aos romanos.

O autor analisou cerca de 70 intervenções espaciais, entre construções e destruições, no período entre 200 a.C. e 14 d.C.: os santuários, prédios públicos, praças, ginásios e teatros construídos e destruídos neste período demonstram os diferentes interesses envolvidos na prática da doação de presentes de grandes monarcas para cidades prestigiosas, o chamado “evergetismo”. Por meio desta prática, os grandes monarcas ganhavam prestígio ao associar seu nome (ou o nome de sua cidade) a Atenas, que construía sua imagem como “berço da civilização” como estratégia para diminuir suas fragilidades militares e diplomáticas – especialmente claras quando a cidade foi sitiada por potências inimigas, como a Macedônia em 200 a.C. e Roma em 86 a.C.

A tese demonstra, assim, como uma cidade com um enorme prestígio cultural se adaptou a um contexto político extremamente perigoso, no qual decisões equivocadas poderiam significar a aniquilação total (como no caso da cidade de Cartago ou Corinto, em 146 a.C., aniquiladas pelo exército romano).

 



Armando Martinelli Neto
14 de setembro de 2017