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Trabalhadores de nível escolar médio preenchem 71% dos empregos gerados na RMC em agosto

Segundo economista do Observatório PUC-Campinas, baixa remuneração dos cargos ocupados compromete poder de compra e recuperação econômica na região

O boletim do Observatório PUC-Campinas, produzido com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), mostra que 71% dos cargos oferecidos na RMC no mês de agosto foram preenchidos por trabalhadores de escolaridade média. Das 9.669 vagas criadas para trabalho com carteira assinada, 6.865 terminaram ocupadas por esse público.

De acordo com Profa. Dra. Eliane Rosandiski, economista responsável pela análise, o número se explica pela característica dos postos ofertados, que demandam trabalhadores de menor valor-hora. Além disso, segundo a docente, esse padrão de contratação é compatível com estratégias de redução de custos por parte dos empregadores.

Pelo mesmo motivo, grande parte dos cargos (44%) foi ocupada por jovens de 18 a 24 anos, que historicamente recebem salários menores comparando-se aos profissionais mais velhos. Para a economista, essa situação, combinada com o nível de desemprego ainda elevado, compromete a recuperação da economia regional.

“Esse padrão de recuperação do emprego, infelizmente, aponta para uma queda na renda média que, diante de um quadro inflacionário, implica em perda de poder de compra e compromete a virtuosidade da retomada econômica do ponto de vista da demanda doméstica”, avalia Eliane.

A boa notícia é que, em meio à melhora nos indicadores da pandemia, a Região Metropolitana de Campinas segue numa trajetória de recuperação do emprego. Já são 56.056 postos gerados este ano. Os serviços de alojamento e de alimentação e o comércio, intensamente afetados pelo isolamento social e demais medidas de controle contra a covid-19, vêm apresentando retomada consistente nos últimos meses. O setor comercial, por exemplo, foi responsável por 2.209 novas vagas em agosto.

Mais uma vez, os serviços de informação, comunicação e atividades financeiras foram essenciais para a geração de emprego na região, tendo também ofertado 2.209 postos, equivalentes a 23% do total no período. “Destaca-se a geração de contratos de trabalho nos serviços de tecnologia de informação, típico para atendimento às novas demandas de atuação remota”, explica Eliane.

Entre os municípios, Campinas obteve protagonismo na criação de empregos, com saldo positivo de 3.229 postos. A cidade foi seguida por Indaiatuba (965) e Americana (909).

Foto: Prefeitura de Campinas



Vinícius Purgato
1 de outubro de 2021